Vida dos chapeleiros recriada no Museu

O Museu da Chapelaria, em S. João da Madeira, vai estar aberto ao público na sexta-feira, à noite, com o objectivo de apresentar excertos encenados do romance "Unhas Negras", que retrata a vida dos operários do setor no início do século XX. A iniciativa assinala o Dia Internacional dos Museus e tem por base o livro em que João da Silva Correia aborda as dificuldades sentidas por diferentes chapeleiros.
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O espetáculo chama-se "O último turno" e será protagonizado por diversos grupos de teatro de S. João da Madeira, que levam assim ao edifício da antiga fábrica de chapelaria diferentes histórias de drama e humor.

Em declarações à Lusa, a diretora do Museu, Suzana Menezes, diz que com este espetáculo, mais do que conhecer a vida difícil dos chapeleiros de S. João da Madeira ou a grande revolução de operários contra a Fábrica Nova [edifício em que está hoje instalado o Museu], aquilo que realmente desejamos é que todos sejam tocados intimamente pelo sentido de dádiva, otimismo e fraternidade que distingue estes homens e mulheres".

Para Suzana Menezes, as cenas incluídas em "O último turno" podiam, aliás, ser histórias de hoje: "Lembram-nos o quanto temos a obrigação de olhar nos olhos do nosso vizinho e procurar perceber em que medida o podemos ajudar".

No Museu da Chapelaria, que é o único do género em toda a Península Ibérica, o Dia Internacional dos Museus motiva até segunda-feira outras atividades comemorativas, sempre com entrada gratuita. No sábado e no domingo, o edifício acolhe uma "Feirinha de Ecodesign", que se propõe dar visibilidade a diversos projetos e produtos que promovem a redução, reutilização ou reciclagem de resíduos.  As visitas temáticas prosseguem depois na segunda-feira, data em que se celebra efetivamente o Dia Internacional dos Museus e em que é inaugurada, às 15h00, a exposição "Chapéus há muitos", constituída pelas ilustrações de Isabel Machado Guimarães para o livro infantil homónimo de José Jorge Letria.

 

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