
O projeto D’Uva – Portugal Wine Girls envolve produtoras das regiões vínicas do Alentejo (sub-regiões da Vidigueira e Portalegre), de Lisboa (Alenquer) e do Douro. A variedade do portefólio e de perfis de vinhos do conjunto cria um mapa dos vinhos de Portugal com história e originalidade que vale a pena conhecer: Catarina Vieira, da Herdade do Rocim, Alentejo (enologia e viticultura); Francisca van Zeller, da Quinta Vale D. Maria, Douro (marketing e vendas); Luisa Amorim, da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, Douro (direção geral); Maria Manuel Poças Maia, da Poças Júnior, Douro (viticultura); Mafalda Guedes, da Herdade do Peso, Alentejo (vendas); Rita Cardoso Pinto, da Quinta do Pinto, Lisboa (coordenação geral e comercial), Rita Fino, do Monte da Penha, Portalegre (marketing e vendas) e Rita Nabeiro, da Adega Mayor, Alentejo (direção geral).
A vivência familiar em torno dos vinhos foi o mote que uniu as produtoras. Mulheres, jovens e com espírito de liderança, querem trabalhar em equipa e agregar esforços para se fazerem ouvir num mercado cada vez mais concorrencial. Sabem que o facto de serem um grupo de mulheres abre portas, nomeadamente junto de organizações congéneres. Profissionais de áreas diversificadas do sector do vinho, fomentam a partilha e interajuda entre os membros, querem reforçar redes de contacto e otimizar custos.
Organizar e estruturar o grupo é a principal preocupação neste ano de arranque formal das D’Uva. Na segunda semana de maio, participaram no encontro "Portugal, Women and Winemaking", em Copenhaga, organizado pela AICEP, estando previsto voltarem à Dinamarca em 2017 no âmbito de uma convenção internacional de mulheres. Em termos nacionais, para outubro próximo, está em agenda uma prova D’Uva em Lisboa. Pretendem também marcar presença e apoiar iniciativas de organizações portuguesas dedicadas ao sector do vinho e enoturismo.
À Lusa Maria Manuel Maia explicou que "pode ser distintivo e bastante interessante para certos mercados" o facto de este grupo ser constituído só por mulheres. "No nosso grupo há vinhos de diferentes regiões e um dos objetivos do grupo é mostrar a diversidade de Portugal" no mercado externo, prosseguiu, considerando que, "apesar dos vinhos portugueses serem hoje mais conhecidos, ainda há muito caminho a fazer".
Para esta engenheira agrónoma - escreve a Lusa - "é uma mais-valia" haver três regiões representadas no grupo D'Uva, porque permite "mostrar aquilo que existe no país".
Mafalda Guedes, da Herdade do Peso, destacou à Lusa que há um denominador comum às oito fundadoras deste grupo, que é "a paixão pelo vinho" que lhes foi transmitida por via familiar. Recordou que o grupo não se conhecia, nasceu de uma reportagem do conhecido crítico Fernando Melo sobre a presença feminina no vinho e deu os primeiros passos através de contactos informais que permitiram identificar "pontos em comum" entre elas.
Por seu lado Francisca Van Zeller, da Quinta Vale Dona Maria, especificou à Lusa o facto de este ser um grupo feminino que abre possibilidades de comunicação segmentada, nomeadamente junto de organizações congéneres, da área do vinho e de outras. As mulheres trazem "uma nova sensibilidade e experimentalismo ao setor", acrescentou Rita Nabeiro à Lusa.
Numa notícia da Lusa lê-se que ao longo deste ano, o grupo pretende desenvolver um trabalho continuado de contactos com associações congéneres e outros públicos-alvo relevantes visando divulgar o projeto e promover intercâmbios.