Três mil garrafas de vinho do Douro estagiam em alto mar

No dia 7 de junho, três mil garrafas de um DOC Douro vão partir num navio bacalhoeiro, rumo ao Canadá. Regressa em setembro com melhorias significativas na sua qualidade, fruto dos vários meses de navegação. Vai assim surgir o Poseidon, uma experiência única e exclusiva do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas.
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Em tempos, o Vinho da Madeira era embarcado em barricas a bordo de veleiros, para que estagiasse em alto mar e melhorasse a sua qualidade. Inspirado nesta tradição, o produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas resolveu aproveitar a boleia de um navio de pesca longínqua, o qual vai navegar até aos Grandes Bancos da Terra Nova.

"O vinho vai estagiar cerca de quatro meses em alto mar, a bordo do navio Coimbra. O desafio surgiu do Clube de Oficiais da Marinha Mercante, o qual aceitamos de imediato. Acredita-se que o ‘vinho da volta’, tal como era chamado, ganha características únicas, graças a um envelhecimento precoce, o qual é provocado pelo balanço e pela travessia oceânica”, explica Manuel Dias, proprietário da Lua Cheia em Vinhas Velhas.

Para isso, hoje, dia 31 de maio, vão ser carregadas três mil garrafas de um vinho DOC Douro, mais concretamente uma Reserva Especial de 2014. A partida do navio acontece no dia 7 de junho, no porto de Aveiro. O mesmo deverá chegar a St. John’s, no Canadá, no final de julho. É neste importante porto piscatório, St. John’s, conhecido como São João da Terra Nova pelos pescadores portugueses, que o vinho vai ser certificado, oficializando a viagem marítima do vinho.

Ao regressar a Portugal, em setembro, as três mil garrafas serão rotuladas e vendidas no mercado sob o nome de Poseidon – o deus supremo do mar, segundo a mitologia grega.

Esta iniciativa é promovida pelo Clube de Oficiais da Marinha Mercante, juntamente com a empresa SAVEN - Sociedade Abastecedora de Navios Aveirense e a Empresa de Pesca de São Jacinto. O vinho será engarrafado exclusivamente pela Lua Cheia em Vinhas Velhas.

O projeto Lua Cheia em Vinhas Velhas resulta da ligação apaixonada que os seus três fundadores - João Silva e Sousa, Francisco Baptista e Manuel Dias - mantêm com o Douro há mais de duas décadas. Depois de tantos anos a serem surpreendidos por esta região vitícola única, em 2009 chegou a altura de mostrar a forma como viam os vinhos do Douro. A história da empresa começa nesse ano, com vinhos brancos de Murça - uma zona esquecida pelo progresso, mas que produz vinhos únicos e cheios de identidade. Em 2010, iniciou-se um investimento na adega em Martim, Douro, e, em 2012, na região berço do Alvarinho, Monção. Em 2013, também se iniciou uma parceria no Alentejo, vinificando-se em instalações de terceiros as uvas escolhidas e adquiridas na região de Estremoz.

O objetivo da Lua Cheia em Vinhas Velhas é fazer vinhos que mostrem a essência de cada uma das regiões onde produz e, usando os ensinamentos do Velho Mundo, descobrir e deixar expressar o "terroir". O curto caminho da Lua Cheia fez-se e far-se-á de estudo e de procura pela própria identidade, permitindo, através de excecionais relações qualidade/preço, democratizar o consumo de vinhos inovadores e de elevada qualidade.

No Douro, a Lua Cheia em Vinhas Velhas produz as marcas “Lua Cheia”, “Andreza”, “Secretum” e “Colleja”; na região do Vinho Verde as marcas "Salsus”, "Maria Papoila" e “Maria Bonita”; e da sub-região de Monção/Melgaço, as marcas "Toucas" e "Nostalgia" - 100 por cento Alvarinho. Na região do Alentejo produz os vinhos "Album".

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