Coindu quer centro de investigação para desenvolver novos produtos automóveis

A Coindu não exporta alta tecnologia, mas vende alto sabor industrial. O próximo desafio da empresa de Vila Nova de Famalicao que produz assentos para carros topo de gama já está traçado: a criação um centro de investigação e desenvolvimento que apresente aos gigantes da indústria automóvel novas soluções e novos produtos e “alimente” as quatro atuais empresas do grupo: para além das duas famalicenses, uma em Arcos de Valdevez e outra na Roménia. Para breve está, também, prevista a abertura de uma nova unidade no México.
:
  

Os estofos para a gama Panamera da Porsche são a mais recente presença nas mesas de costura da Coindu em Vila Nova de Famalicão. A produção arranca já na próxima semana e vem juntar-se ao fabrico em curso dos assentos para o Audi Q7 e para toda a série da BMW.

A Coindu é uma das poucas empresas capazes de produzir os assentos de carros topo de gama da Audi, BMW, Volkswagen ou Porsche. Nas duas unidades de produção em Famalicão (Joane e Mogege), onde emprega um total de cerca de duas mil pessoas, são fabricados por dia estofos para 2.500 automóveis. As vendas acumuladas rondam os 12 milhões de euros todos os meses.

Não exporta alta tecnologia, mas vende alto saber industrial. O próximo desafio está definido e passa pela criação de um centro de investigação e desenvolvimento em Famalicão que apresente aos gigantes da indústria automóvel novas soluções e novos produtos e “alimente” as quatro atuais empresas do grupo: para além das duas famalicenses, uma em Arcos de Valdevez e outra na Roménia. Para breve está a abertura de uma nova unidade no México.

O ponto de partida para tudo isto aconteceu em Joane onde se encontra o maior complexo de fábricas, armazéns e escritórios, com uma área de 27 mil metros quadrados, desta sociedade entre portugueses e alemães. É lá que são encontradas e aplicadas soluções de engenharia para a instalação de bancos de pele ou tecido em automóveis que respondem a altos níveis de qualidade como os que são exigidos pelos clientes de que a Coindu se orgulha de ter em carteira e que reclamam também resposta rápida.

Uma resposta que se alicerça no saber-fazer entranhado na empresa e que, para além da capacidade tecnológica instalada, tem outra explicação: a alta competência técnica dos seus recursos humanos. "Os trabalhadores famalicenses são muito bons naquilo que fazem. Produzem qualidade e inovação. E também são competentes, flexíveis, leais e assíduos”, enalteceu o CEO do grupo, Markus Ernst.

A Coindu quer alargar este saber-fazer a todas as unidades do grupo, mas, admitiu Ernst, "os mais exigentes continuarão a ser fabricados em Joane onde o saber industrial é mais avançado”. E acrescentou: "vamos precisar de mais alguns anos de experiência até que o saber-fazer na Roménia chegue ao nível que temos aqui”. 

 

Como resultado deste percurso, a Coindu registou um processo de crescimento invejável, ao ritmo de 30 por cento nos últimos anos. Hoje emprega cerca de quatro mil trabalhadores nos dois países e consegue um volume de negócios na ordem dos 250 milhões de euros.

Notoriamente satisfeito com os elogios do CEO da Coindu à qualidade dos recursos humanos famalicenses, o presidente da Câmara Municipal enalteceu o percurso do grupo, construído a partir de Vila Nova de Famalicão. "A Coindu depende quase exclusivamente da qualidade dos trabalhadores famalicenses para ser bem-sucedida. A confiança aqui depositada pelos alemães é mais uma prova do potencial económico de do nosso concelho”, frisou.

Mais nesta secção

Mais Lidas