Moço de Recados: o que não pode fazer, Luís Campos faz por si

Durante algum tempo trabalhou no departamento de marketing de uma empresa de construção, mas o desemprego bateu-lhe à porta. Como não tinha por hábito passar os dias sem fazer nada, Luis Campos, um jovem lisboeta decidiu meter "mãos à obra" e criar o próprio negócio. Um negócio que consiste em fazer recados. Ou seja, vender o seu tempo a quem não pode, por exemplo, sair do local de trabalho para levar o carro à inspeção ou passear o cão. O projeto, que tem dois anos e meio, está a crescer de tal forma que a equipa de serviço passou de um para quatro elementos.
:
  

De forma oficial a Moço de Recados surgiu em  Novembro de 2012. No entanto, desde 2007 que Luís Campos cozinhava a ideia por desenrrascar tarefas de alguns amigos. Nessa altura, apercebeu-se que seria uma excelente ideia de negócio e que assim que surgisse oportunidade a iria colocar em prática. E não é que a oportunidade surgiu mesmo? O desemprego que lhe bateu à porta, quando a empresa de construção onde trabalhava na área de Marketing e Publicidade abriu insolvência, foi o momento certo.   

Durante quatro meses - entre agosto e novembro de 2012 - fez um estudo de mercado para perceber se haveria algo parecido com o que sonhava criar. Não encontrou e decidiu lançar-se. "Algumas empresas já fazem entregas mas não levam, por exemplo, os cães a passear nem vão à inspeção com os automóveis ou mesmo comprar um presente para surpreender a cara-metade de um cliente" - explica ao VerPortugal o mentor do projeto Luís Campos.

Inicialmente foi ao volante da sua mota amarela que, após uma pequena campanha de divulgação, começou a fazer os primeiros serviços. Todos no concelho de Lisboa.  

Comprar presentes, entregar flores ou chocolates são os recados mais comuns, mas há também pedidos que vêm do estrangeiro, há outros para ir à Segurança Social ou às Finanças e ainda outros de urgência. Exemplo disso, foi o caso de uma senhora lhe ter ligado a pedir que fosse levar-lhe uns medicamentos de que se tinha esquecido. "Esse serviço ficou mais caro porque a viagem foi mais longa" - explica.

No início do negócio Luís, que trabalha das oito da manhã às oito da noite e aos sábados de manhã, conseguia fazer em média seis recados por dia. Alguns dias conseguiu chegar aos 15. O recado é pago consoante o tempo dispensado: 45 minutos são 12 euros (serviço mínimo) e, a partir daí, a cada 15 minutos acrescem quatro euros. O preço é inflacionado se houver necessidade de pagar portagens para fazer o recado. E se for usado o carro acresce uma taxa de três euros. Se o serviço for feito fora de horas, há ainda uma taxa adicional.

A empresa está a crescer de forma sustentada sendo que Luís até já conseguiu "contratar" mais três amigos e, agora, o serviço da Moço de Recados foi alargada e abrange o concelho de Oeiras. "Mas o objectivo é, depois de consolidar bem o negócio nestes dois concelhos, expandir a outros pontos do País" - acrescenta o mentor do projecto explicando que "a empresa faz todo o tipo de recados.

Outra das novidades da Moço de Recados são os protocolos que começam a ser estabelecidos com outros profissionais como - picheleiros, carpinteiros, costureiras, etc - para poder dar resposta a algumas solicitações. "São vários os pedidos que recebo para arranjar uma máquina que avariou e eu como não estou habilitado a dar resposta, trato de arranjar quem possa satisfazer o cliente" - refere ao VerPortugal mostrando-se satisfeito com o facto de, "nos últimos temos a parte comercial ter começado a funcionar com o agendamento de reuniões para a prestação de serviços".

Apesar de ainda não ser um negócio totalmente sustentável para os quatro elementos da Moço de Recados, "acredito que aos poucos os clientes aumentem e se possa começar a pensar em fazer um estudo de mercado para alargar o serviço a outras zonas do País" - acrescenta Luís Campos. 

Recentemente a Moço de Recados esteve no Shark Tank da Sic. Procurava apoio para consolidar o negócio de forma mais rápida e alargar os serviços. Apesar de nenhum dos tubarões ter mostrado interesse no negócio, Luís diz que não vai desistir. "Ser empreendedor não é para todos. Mas eu considero-me um e, com muita dedicação, persistência e, sobretudo, com muita confiança e fé consegue-se atingir o pretendido" - refere.

Galeria

Mais nesta secção

Mais Lidas