
Depois de uma primeira parte que o próprio Gronemberger teve noção que não estava a correr "muito bem" e de um atraso que exaltou alguns ânimos, a artista de 36 anos, na companhia de Kristina Koropecki e Charlotte Danhier nos violoncelos e Louise Anna Duggan na percussão, foi guiando o público em cada tema, explicando que ora se falava de amor e culpa na canção 'Stone', de paranóia em 'Trojan Horses' ou em como é libertador desfazermo-nos de "dark secrets", na música 'Mary', inspirada numa amiga de liceu.
A sua voz melancólica e frágil e a conjugação de instrumentos clássicos com elementos do folk refletem bem as influências cruzadas que artistas como Erik Satie, Roy Orbinson e Nina Simone têm no trabalho da compositora e pianista e que, em Lisboa, resultaram num evento memorável.
José Cardoso e Ana Resende vieram de propósito de Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, para o concerto que classificaram como "maravilhoso!":
"Comecei a ouvir Agnes Obel por volta de 2011 por influência de um amigo meu e, desde então, fiquei completamente apanhado", desabafou José antes da viagem de regresso a casa.
"Apaixonada" terá ficado também a cantora dinamarquesa, a residir em Berlim desde 2006, mas pela capital portuguesa, por onde se passeou durante dois dias.
E o público retribuiu o carinho, aplaudindo de pé e mostrando que a demora inicial estava perdoada.