
A bolsa de “prova de conceito” (Proof of Concept) é apenas a décima atribuída a portugueses, num total de 905 cientistas europeus distinguidos desde 2011. Trata-se de uma verba adicional exclusiva para bolseiros do ERC, ou seja, os quem têm os projetos considerados mais prestigiados da Europa, permitindo-lhes assim garantir a propriedade intelectual dos resultados obtidos e apontar estratégias para o mercado. Rui L. Reis tinha ganho uma bolsa avançada de 2.35 milhões de euros com o projeto “ComplexiTE” e concorreu agora à “prova de conceito” com o “Patched”, recebendo o valor máximo desta bolsa.
O montante atribuído permitirá produzir até final de 2020 um protótipo do penso/adesivo inovador à base de fibras de hidrogel, capaz de libertar na pele diversas biomoléculas, em alturas controladas, garantindo uma melhor e mais eficiente recuperação das feridas, diz Rui L. Reis. “Ao personalizar a composição, tamanho e forma dos componentes, conseguir-se-á uma libertação de biomoléculas nos diferentes microambientes de cicatrização, melhorando a regeneração das feridas e a ação do penso durante o período de cicatrização da lesão”, explica o também vice-reitor para a Investigação e Inovação da UMinho. A ideia é, no final do projeto, criar oportunidades de negócio, com a criação de uma start-up e o seu financiamento para levar o produto ao mercado.
As feridas na pele são um problema social e económico significativo, associado a uma permanente necessidade de tratamento. A maioria dos adesivos e pensos disponíveis no mercado tem sido muito útil na gestão do tratamento de feridas, mas não tem conseguido um efeito direto na progressão da cicatrização. O novo “Patch” proposto pretende melhorar substancialmente o tratamento das lesões cutâneas durante o tempo de cura, graças a um “efeito dinâmico e cooperativo” da tecnologia, permitindo benefícios na qualidade de vida do doente, na funcionalidade da nova pele, bem como na redução de custos no sistema de saúde.