Recursos marinhos podem ser usados nas áreas alimentar, biomédica e cosmética

O Grupo 3B’s da Universidade do Minho está a fazer uma aposta forte na exploração dos recursos marinhos, através de uma linha de investigação em curso desde 2006. Os investigadores acreditam que os recursos biológicos marinhos têm um potencial bem mais elevado e que estão a ser mal aproveitados e que estes têm elevado interesse para as áreas alimentar, biomédica, cosmética, farmacêutica e nutracêutica.
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O Grupo 3B’s da Universidade do Minho está a fazer uma aposta forte na exploração dos recursos marinhos, através de uma linha de investigação em curso desde 2006. O projeto NOVOMAR visa a consolidação do Centro Multipolar de Valorização de Recursos Marinhos, que pretende ser um agente ativo na eurorregião no desenvolvimento e o uso sustentável dos recursos marinhos, incluindo a valorização dos seus subprodutos. O projeto reúne oito parceiros, num total de 40 investigadores, e tem um orçamento de 1.2 milhões de euros.

O 3B’s dedica-se ao desenvolvimento de novos biomateriais biodegradáveis, biomiméticos, bem como à regeneração e substituição de tecidos humanos. Neste trabalho de quase uma década capta recursos para a investigação através de projetos financiados, coordenando-os em consórcios internacionais de topo.

Aplicações nas áreas alimentar, biomédica e cosmética

“Acreditamos que os recursos biológicos marinhos têm um potencial bem mais elevado do que aquele que está a ser aproveitado, nomeadamente olhando para os subprodutos atuais, gerados no processamento desses recursos em fábricas transformadoras de pescado e conserveiras”, adianta o investigador Tiago Henriques da Silva. O responsável salvaguarda que se podem extrair compostos com elevado interesse para as áreas biomédica, cosmética, farmacêutica e nutracêutica, com elevado valor acrescentado.

Joana Moreira da Silva, investigadora que tem apoiado a coordenação e a submissão de candidaturas na área do mar, adianta que o projeto MARMED, já concluído, “teve resultados promissores, ao conseguir-se extrair colagénio de tubarão, permitindo produzir estruturas porosas ou membranas, que podem ser aplicadas na pele”. Revela ainda que “há resultados interessantes na criação de compósitos, com aplicações no osso ou nos dentes, criando produtos sustentáveis”, e também em relação ao colagénio da pele de bacalhau ou do endosqueleto de lula.

A ascendência deste tipo de colagénio e produtos já com a prova de conceito validada revela-se a vários níveis. A investigadora afiança que “não há constrangimentos religiosos, como têm os de origem bovina ou porcina, e não há probabilidade de transmissão de doenças como a BSE, por exemplo”, além de ser uma alternativa com mais-valia técnica em relação aos recursos existentes.

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