
Como surgiu o triatlo na sua vida?
O triatlo surgiu na minha vida quase por acaso. Andava no secundário e o meu professor de educação física achou que eu podia ter jeito para um desporto como o triatlo, pois sem qualquer treino conseguia muito bons tempos em corrida. Sugeriu que eu conhecesse um pouco mais a modalidade e eu aceitei o desafio.
O que é que um atleta sente quando é selecionado para representar Portugal nos Jogos no Rio de Janeiro?
Para a grande maioria das modalidades é nos Jogos Olímpicos que se disputa a prova mais importante a nível mundial, por isso creio que todos os atletas sonham um dia poder representar o seu país nos Jogos Olímpicos. Poder estar presente, alinhar à partida num evento desses e representar o meu país ao mais alto nível é algo que me enche de orgulho e motivação.
Como correu a prova do Campeonato da Europa de triatlo em Lisboa?
Tive a infelicidade de não conseguir sair bem posicionado da água e isso condicionou-me o resto da prova. O segmento de ciclismo não correu como esperado e não conseguimos alcançar o grupo líder, no entanto realizei um excelente segmento de corrida e obtive muito boas sensações em prova, o que é muito positivo. Foi um dia muito bom, o público foi fantástico e a organização da prova estava excelente.
Quais os equipamentos tecnológicos que utiliza para treinar e de que forma a utilização destes equipamentos o ajudam?
Uso o Forerunner 920xt da Garmin para o meu treino diário, é-me indispensável para conseguir tirar o máximo de rendimento do meu treino nas 3 modalidades que pratico. Após o treino avalio os resultados e procuro melhorar as minhas metas. No dia-a-dia uso o Fenix3 HR da Garmin que monitoriza toda a minha atividade, independentemente de estar ou não a praticar desporto. Ambos os relógios são muito completos para monitorizar todo o meu treino. Graças a eles consigo treinar sempre na Zona que me convém tirando o máximo rendimento do treino. Ao monitorizar em tempo-real as minhas pulsações por minuto consigo manter-me dentro da Zona pretendida, da programação de treino, da análise da cadência da passada e o do balanço/força que dou a cada perna. Com o relatório final do meu treino, que posso ver na aplicação, posso comparar os resultados registados com os de treinos anteriores. Por vezes, dependendo do tipo de treino de natação, não uso o relógio, uso só a banda HRM-Tri ou a HRM-Swim da Garmin que me permite gravar o treino e consultá-lo posteriormente tanto no relógio como na aplicação. No ciclismo é-me útil para conseguir conciliar as zonas de frequência cardíaca com a potência da pedalada, e visualizar toda a informação necessária no Edge 1000 ou no Varia Vision. Com o Varia Vision consigo consultar essa informação sem ter que retirar os olhos da estrada, o que torna o meu treino muito mais seguro, correndo muito menos riscos na estrada.
Quais as métricas que considera mais importantes para avaliar o treino?
Os batimentos por minuto são muito importantes para conseguir manter-me sempre dentro da zona pretendida, da velocidade por quilómetro/hora, da análise da cadência da passada e do balanço/força que dou a cada perna.
Os portugueses preocupam-se cada vez mais com a prática de exercício físico e com uma alimentação saudável. Qual o plano de alimentação que segue?
Tenho bastante cuidado com a minha alimentação, faço sempre refeições equilibradas e sem excessos. Sobretudo as minhas refeições são ricas em hidrato de carbono e proteínas, procuro consumir sempre gorduras saudáveis e comer os alimentos o mais próximos possível do seu estado natural, evitando comida processada e com excesso de açúcar. Tenho também especial atenção à suplementação de modo a conseguir fazer uma recuperação muscular mais rápida e eficaz. A alimentação e a suplementação de um atleta é algo muito importante e determinante para o seu rendimento por isso é algo em que tenho especial atenção.
Quais são os seus grandes objetivos para este ano?
A prova dos Jogos Olímpicos é, sem dúvida, o meu grande objetivo deste ano. Tento não estabelece objetivos específicos para esse dia. Mais que o resultado quero chegar lá e conseguir sentir-me bem em prova. Sentir, no fim da prova, que dei o meu máximo, que fiz tudo o que estava ao meu alcance. Que me consegui superar. Falar de resultados é sempre complicado, mas alcançar o Top 8 e, com isso, o diploma olímpico era algo que me deixaria muito feliz e me encheria de orgulho.
Que mensagem deixaria às pessoas que querem iniciar uma atividade desportiva e que sonham poder competir?
Nunca desistam por mais difícil que possa parecer. Sendo o triatlo um desporto de endurance é preciso muito tempo e trabalho diário para conseguirmos ter bons resultados. Eu próprio ainda estou a treinar para ser melhor. O Triatlo é uma modalidade muito recente e com pouca visibilidade no panorama nacional, felizmente tem vindo a crescer. O nosso país é muito pequeno e com pouca cultura desportiva (além do futebol), então às vezes não é fácil conseguirmos ter expressão. É preciso treinar muito para conseguirmos bons resultados, para conseguirmos ter visibilidade no estrangeiro e para nos impormos como atletas internacionais. Só assim é possível termos apoios de qualidade e patrocínios que nos ajudem e nos deem ferramentas que nos permitam crescer ainda mais dentro da modalidade. Se querem fazer uma carreira no Triatlo acreditem em vocês e sigam esse sonho, treinem com afinco, agarrem as adversidades e deixem-se motivar por elas. Nunca desistam. Lutem por aquilo em que acreditam. Querer é poder, só depende de nós.