Paulo Delgado: crise obriga-o a trocar construção civil pela área do calçado

Aos 47 anos, Paulo Delgado, teve de abandonar, devido à crise, uma carreira (nacional e internacional) de sucesso na construção civil. Um abandono que o levou a "dar corda aos sapatos" e a tornar-se empreendedor. Parou durante um ano para pensar no que haveria de investir. Durante os 12 meses de paragem aproveitou para tirar um MBA Executivo na Porto Business School. Depois voou para Nova Iorque com a ideia de fazer negócio no sector do calçado. Hoje é dono da marca "Paulo Delgado" registada nos Estados Unidos da América e que está a fazer um trajecto de crescimento lá e em Portugal. Trata-se de uma marca de luxo, que exporta, ainda que de forma pontual para Angola, Alemanha, Inglaterra, Japão, Israel, Canadá, etc. É uma marca em que os clientes podem desenhar o próprio modelo.
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Porque decidiram criar uma marca de sapatos, ou seja, porquê a área do calçado?

A marca nasceu em Nova Iorque, depois de o fundador ter passado cerca de um ano a tentar entrar no mercado masculino do calçado, a representar marcas Portuguesas, e não ter conseguido fazer uma única venda.  Os sapatos sempre foram um produto que os portugueses exportaram com excelência. Por isso faz sentido tentar o mercado americano pouco explorado pela industria portuguesa de calçado, muito virada para a Europa. De toda a maneira a marca pretende afirmar-se no calçado mas está a oferecer todo um conjunto de produtos e serviços conexos como cintos, carteiras, malas..etc. 


O fabrico é manual? Se sim, então têm de recorrer a artesãos. De que zonas do país?
A Indústria do calçado tem uma componente muito forte de mão-de-obra. A marca Paulo Delgado posicionou-se num patamar elevado de qualidade e oferece um serviço de customização. Por esse motivo tem um fabrico equilibrado entre uma certa automação tecnológica e um acabamento de detalhe feito por verdadeiros artesãos na zona se São João da Madeira.
 
A matéria-prima utilizada é de origem nacional ou recorrem ao estrangeiro?
 A matéria-prima é importada.
 
Que formação têm os fundadores da marca?
O fundador é Engenheiro Civil e complementou a sua formação em negócios com um MBA Executivo na Porto Business School.
 
Quem desenha os modelos?
 Os modelos são desenvolvidos por uma equipa multidisciplinar. Primeiro identifica-se as necessidades do mercado e depois procuramos as soluções que definem os nossos modelos.  
 
Qual o modelo mais procurado?
Nirvana.
 
Também é possível criar o modelo que um cliente desenhe? Caso não seja possível, tal está nos planos dos administradores da Paulo Delgado?
Sim. Essa é uma grande mais valia da marca Paulo Delgado. Temos uma área Bespoke que é exactamente ir ao encontro daquilo que o cliente deseja e sonha.
 
Para onde vão os sapatos? Só para o mercado nacional ou também para o internacional? 
Os mercados principais são USA e Portugal. Mas já temos clientes pontuais em Inglaterra, Alemanha, Japão, Angola, Moçambique, Israel, Canadá.
 
Só há um ponto de venda físico? Se sim, pensam em abrir noutros locais de Portugal? E no estrangeiro?
Em Portugal temos a nossa loja de bandeira na Avenida da Boavista no Porto. Em Nova Iorque temos três pontos de venda em parceria com alfaiates. 
 
Para quando os modelos femininos, quer de sapatos quer de acessórios?
Muitas mulheres estão a fazer uma grande evolução e procuram o conforto e elegância que encontram em alguns dos nosso modelos. Vê-se muitas mulheres a usarem modelos de sapatos que eram considerados masculinos. No entanto a marca não pensa entrar no mercado do calçado feminino nos próximos tempos.
 
Os acessórios podem ser personalizados? Quais os mais procurados?
Há muitas possibilidades de personalização. Desde fazer a forma do próprio cliente, a inscrição do nome, combinações de cores e materiais, alterações de tacão para permitir aumentar altura, inclusão de espaço adicional para acomodar joanetes... etc.... 
 
A marca já criou postos de trabalho?
Sim
 
A cada estação há uma coleção nova?
A marca Paulo Delgado procura fazer sapatos de alta qualidade que são independentes das oscilações da moda. Procuramos fazer sapatos que perdurem no tempo e são essencialmente customizados. Por esse motivo estão um pouco imunes ao fenómeno da moda.
 
Quais os pedidos mais engraçados que já lhes chegaram?
Cada cliente é um cliente e os pedidos são todos especiais. Por vezes surgem pedidos muito especiais mas gostaríamos de manter isso no segredo profissional.
 

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