Bontaz entra em Portugal com centro I&D e prevê criar 800 postos de trabalho

O grupo francês Bontaz, especializado na conceção e fabrico de subconjuntos para motores de automóveis, está a implantar-se em Portugal. A construção de um centro de I&D no Parque Empresarial de Lanheses, em Viana do Castelo, estará concluída no final de julho mas o projeto prevê mais duas fases de expansão. Para já, serão criados 100 postos de trabalho diretos, mas, se fases posteriores avançarem, o número de empregos poderá chegar aos 800 postos.
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No âmbito da sua estratégia de crescimento, o grupo que é fornecedor de primeira linha de marcas como BMW, Mercedes, Fiat, Ferrari, Porsche, Volvo e Volkswagen, decidiu implementar-se em Portugal. O projeto em desenvolvimento envolve, numa primeira fase, um centro de I&D, orientado para dar resposta aos novos desafios do mercado e para projetar o futuro da indústria. A missão deste complexo será criar e desenvolver linhas de produção mais eficientes e que contribuam para a excelência do processo de fabrico e dos próprios produtos.

A fase em curso implicará a criação de cerca de 100 de postos de trabalho diretos. Com as duas fases posteriores (unidade de usinagem e unidade de torneamento mecânico) a concretizarem-se, estima-se a criação de mais 700 postos de trabalhos.

A construção do centro I&D da Bontaz arrancou em julho do ano passado e a terraplanagem do terreno obrigou a movimentar cerca de 180.000 m3 de terra. Implantado na zona mais elevada no Parque Empresarial de Lanheses, o seu imponente volume marca a paisagem envolvente.

O projeto arquitetónico focou-se essencialmente na fusão do edifício com a envolvente e no desnível do terreno que marca a relação do centro com o restante parque empresarial.

Do ponto de vista funcional, o edifício divide-se em dois grandes volumes: a área administrativa e o centro I&D. O bloco administrativo surge em primeiro plano, com um volume exuberante em betão aparente, que será a face principal do edifício. Com um design retilíneo, é marcado por dois volumes horizontais rasgados por um outro elemento também ele horizontal, que funciona como elemento de exceção. Neste último volume, desenha-se a marca da empresa, mas também se esconde a zona técnica.

Por sua vez, o edifício de I&D assume uma volumetria pura e estável por força das questões de layout industrial e necessidades do funcionamento da própria empresa. Destacam-se os enormes rasgos envidraçados nas fachadas laterais, que favorecem a iluminação zenital e, consequentemente, o conforto de quem trabalha no edifício, bem como a diminuição da fatura energética.

A poupança de recursos e a eficiência energética foram as principais preocupações do projeto conceptual, que determinou premissas como o controlo da incidência solar com lâminas de corte solar nos grandes vãos envidraçados que marcam a estrutura. O edifício de I&D irá contar com uma área de Engenharia e Desenvolvimento, com Laboratórios, área de Prototipagem, de Desenvolvimento de Linhas e de Testes. Por sua vez, o bloco administrativo e social, para além de uma moderna área de escritórios, irá receber uma cantina, balneários e outras áreas de suporte aos colaboradores.

A Garcia Garcia, construtora especializada em design and build de edifícios industriais, logísticos, residenciais e comerciais, assina os projetos de arquitetura e engenharia, assim como a execução da obra, que prevê mais duas fases. A construtora portuguesa participa, assim, em mais uma obra para o ramo automóvel em Lanheses, onde se está a criar um verdadeiro cluster de empresas do setor, que, no conjunto do país, vale 5,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Esta é a quarta unidade para o setor automóvel que a Garcia Garcia concebe e constrói no Parque Empresarial de Lanheses - BorgWarner, Steep Plastique e Eurostyle. Esta última, encontra-se a ser ampliada pela construtora.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, manifestou recentemente a intenção de formalizar junto do Ministério da Economia a proposta para a criação de um cluster automóvel no norte de Portugal e Galiza. O autarca justificou a criação do mesmo com o facto de “na região Norte estarem instaladas muitas empresas do setor automóvel para fornecer marcas como a Peugeot e Citroën de Porrinho, que produzem cinco vezes mais que a Autoeuropa”.

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