"Próximo Futuro" da Gulbenkian termina em setembro com teatro, cinema e marionetas

O programa “Próximo futuro”, da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), termina na primeira quinzena de setembro com uma programação que inclui um concerto pela Orquestra de Câmara Portuguesa, teatro, marionetas e cinema.
Vassilis Makris:
"A Circularidade do Quadrado" vai ser apresentada nos dias 14 e 15 de Setembro   Vassilis Makris

Em comunicado, a FCG afirma que o programa “Próximo futuro”, que foi dirigido por António Pinto Ribeiro, chega ao fim após sete anos de atividade. A Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP), sob a direção de Pedro Carneiro, inicia, no dia 04 de setembro, a programação de encerramento com o concerto “OCP: Espírito radical!”, em que são interpretadas as peças “Okho”, de Iannis Xenakis, e “Workers Union”, de Louis Andriessen, que a FCG apresenta como “dois criadores ‘subversivos e provocadores’”.

“O público irá partilhar o palco com a OCP e será convidado a participar no concerto através da leitura de textos selecionados de Amílcar Cabral e Frantz Fanon”, afirma a organização. Este mesmo programa é apresentado no dia 5 de setembro.

Na Casa-Arquivo, uma construção temporária no Jardim Gulbenkian, realiza-se o ciclo de curtas e médias metragens, nos dias 04, 05, 06 e 11 de setembro, com a exibição, entre outras, das películas “Muxima”, de Alfredo Jaar, e “Conga Irreversible”, de Los Carpinteros.

No Teatro Aberto, nos dias 05, 06 e 07 de setembro, é levada à cena a peça “El loco y la camisa”, numa encenação da companhia argentina de teatro independente Banfield Teatro Ensemble. Esta é a primeira das cinco peças de teatro programadas para a quinzena.

Nos dias 6, 7 e 8, no anfiteatro da FCG, vai estar em cena “Vou lá visitar pastores”, uma encenação de Manuel Wiborg a partir da obra do escritor e cineasta angolano Ruy Duarte Carvalho, falecido em 2010.

“Passados 40 anos sobre a independência de Angola, revisitamos o espetáculo encomendado pela Culturgest em 2003, baseado no livro ‘Vou lá visitar pastores', um vasto fresco sobre os Kuvale, sociedade pastoril do sudoeste de Angola”, afirma a FCG em comunicado.

Segundo a mesma fonte, “além de um conjunto de desenhos, fotografias e gravações vídeo captadas por Ruy Duarte de Carvalho, em território Kuvale, nestas três apresentações são incorporados novos elementos, nomeadamente excertos de mensagens pessoais que o escritor enviou à sua mulher a partir de Swakopmund, na Namíbia, nos seus últimos dias de vida”.

De 9 a 13 de setembro, a companhia chilena Silencio Blanco, “que trabalha com marionetas feitas de papel e em silêncio, para fazer espetáculos intimistas”, apresenta “Chiflón, el silencio del carbón”, “uma releitura do conto ‘El chiflón del diablo’, de Baldomero Lillo”.

Nos dois últimos dias – 14 e 15 de setembro – é apresentado, no grande auditório Gulbenkian, “A circularidade do quadrado”, do grego Dimitris Dimitriadis, numa encenação de Dimitris Karantzas.

Trata-se de uma peça “em que onze personagens de diferentes géneros, gerações e preferências sexuais partilham uma necessidade irresistível: ser amadas”, escreve a FCG.

Esta sétima e última edição de "Próximo futuro", com programação ainda desenhada por António Pinto Ribeiro, antes da sua saída da fundação, em abril, iniciou-se em junho último, abordando questões de natureza política e artística das regiões do Mediterrâneo e da América Central, durante a Festa da Literatura e do Pensamento das “Zonas de Contacto”.

O programa "Próximo Futuro" tinha como objetivo reunir, em Lisboa, diferentes expressões artísticas e os seus protagonistas, de modo a cruzar a cultura contemporânea de países africanos, europeus e da América Latina e das Caraíbas.

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