
O programa final do festival foi apresentado pelo presidente da Associação Mindelact, Daniel Monteiro, indicando que de Portugal vão chegar os grupos Nova Companhia, com a peça "Lúcia Afogada", e Ninho de Víboras, com a peça "O que fazer para ser". Enquanto a atuação da Nova Companhia está marcada para o dia 19 de setembro, a do Ninho de Víboras será dois dias depois.
Segundo Daniel Monteiro, além de cabo-verdianos residentes e na diáspora e de portugueses, haverá atuação de grupos teatrais de Brasil, Angola, República Checa e Espanha.
Daniel Monteiro reconheceu as dificuldades em ter mais presença internacional no festival, como de Moçambique e de Argentina, indicando que a Associação Mindelact está numa "situação lamentável" em termos financeiros por causa de dívidas para com algumas empresas.
O presidente pediu, por isso, ao Governo cabo-verdiano que aloque recursos fixos no Orçamento do Estado para funcionamento da Associação Mindelact, que já tem estatuto de utilidade pública.
Como pontos fortes, Monteiro destacou a representação nacional, com grupos das ilhas de São Vicente, Santiago, Sal e São Nicolau e de cabo-verdianos residentes no estrangeiro.
Além das atuações no palco principal, haverá ainda teatro de periferia nos diferentes bairros da Cidade do Mindelo, conferências, workshops, formações e muita animação e troca de experiências entre encenadores e atores.
Este ano, o Mindelact vai premiar os Rabelados, pelo seu trabalho de socialização e integração, com exposição de artes plástica e artesanato em São Vicente.
Os Rabelados de Espinho Branco, interior da ilha de Santiago, é uma comunidade religiosa formada a partir de grupos que se revoltaram contra as reformas na liturgia da Igreja Católica, introduzidas na década de 1940 no país, e se isolaram do resto da sociedade.
As atrizes cabo-verdianas serão homenageadas durante o evento, informou Daniel Monteiro, esperando um festival de qualidade e que as pessoas gostem.
No ano passado, a 20.ª edição juntou no Mindelo cerca de 200 artistas cabo-verdianos e estrangeiros, tendo mais de 5000 pessoas assistido aos espetáculos realizados no auditório e no pátio do Centro Cultural local, a "casa" do Mindelact.