
Inaugurada em 2009, a ponte que se estende por 160 metro na Avenida Vilamoura XXI vai para além da sua função física. A sua vertente artística chamou a atenção de uma das maiores referências da arquitetura e design, a Domus. Em causa está a parede de madeira com 25 metros que acompanha um dos lados da estrutura e na qual foram criadas duas imagens dinâmicas, apenas visíveis como um todo com o movimento dos carros.
"O que começou por ser um exercício muito simples, acabou por tornar-se também numa obra de arte", explicou à Lusa Francisco Salgado Ré, um dos autores do projeto, cita a comunicação social. De acordo com o arquiteto, a sequência de imagens, composta por 180 tábuas pintadas à mão, funciona como "frames [imagens fixas] de um filme".
As imagens da autoria do artista plástico Domingos Loureiro têm algumas particularidades: não são percetíveis de forem vistas de frente, são distintas consoante o lado de onde se observam e visíveis numa perspetiva de 45 graus. E mais, só funcionam com o movimento dos carros, explicou Francisco Salgado Ré, do estúdio And-Ré, com sede no Porto.
O objetivo foi, segundo o arquiteto, quebrar a relação do utilizador que atravessa a ponte com a estrada paralela, em termos de ruído sonoro e visual, direcionando a atenção dos peões para o lago e campo de golfe adjacentes, e assim “criar um ponto de interesse e de paragem num percurso extenso e algo monótono, abrindo espaço para apreciar a paisagem e o pôr-do-sol e tornando aquele espaço numa espécie de miradouro".
O projeto luso valeu à VLM o título de uma das dez melhores do mundo, a classificação foi publicada na versão online da revista, em maio, dá nota a comunicação social.