Lançado em 2006, a principal missão do Programa é colocar Portugal na vanguarda da ciência e da inovação em áreas focadas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), através da investigação de ponta, da excelência na formação pós-graduada e de uma ligação muito próxima com as empresas portuguesas.
"Nestes 10 anos, construímos um ambiente criativo em que Portugal e CMU têm colaborado nos desafios colocados pelas sociedades do conhecimento e pelas TIC como seu principal alicerce,” referem os diretores do Programa, João Claro e José Manuel Fonseca de Moura.
Para o diretor do Programa em Portugal, João Claro, "os objetivos iniciais do Programa CMU Portugal passavam por melhorar a colaboração entre as universidades portuguesas e destas com as empresas, aprendendo com o enorme sucesso de CMU nestas matérias, e por intensificar a integração do país nas redes internacionais de conhecimento e de negócios, em que CMU tem uma presença muito forte. O que aconteceu foi muito além disso. Criámos um ecossistema internacional fértil, na captação de talento, na investigação, nos modelos a seguir, na capacitação das instituições, e nos fluxos de ideias e de pessoas entre academia e empresas, e esses ingredientes resultaram numa cultura empreendedora ímpar que vai da ciência à inovação, com resultados fantásticos. O que conseguimos em termos de desenvolvimento de talento e de criação de conhecimento, e da sua aplicação a problemas importantes do dia-a-dia das pessoas e das instituições é a prova do nosso sucesso e o maior incentivo à continuação do Programa”.
Uma colaboração internacional estreita e fértil na educação e na investigação
A forte componente educativa do Programa mobilizou um total de 370 estudantes de doutoramento e de mestrado profissional de grau dual (diploma da Universidade Portuguesa e diploma da CMU). Os programas doutorais, em particular, registaram mais de 900 candidaturas às cerca de 120 posições abertas. Os Programas de Estágio de Investigação e de Intercâmbio de Docentes já admitiram também, respetivamente, 37 estudantes e 67 docentes, que realizaram uma experiência de imersão em CMU, nos EUA., em Pittsburgh ou em Silicon Valley.
Já no domínio da investigação, o Programa envolveu em colaborações com CMU várias dezenas de universidades e centros de investigação portugueses, e várias dezenas de empresas portuguesas que cofinanciaram com mais de 4 milhões de euros os 25 Projetos Colaborativos lançados na primeira fase (2006-2012) do Programa, e as 12 Iniciativas Empreendedoras de Investigação e 10 Projetos Exploratórios lançados na segunda fase (2012-2017). Estes projetos deram origem a mais de mil publicações, muitas em revistas e conferências de topo, mais de 100 protótipos, várias dezenas de distinções e prémios, cinco patentes e três spinoffs universitárias.
"O Programa Carnegie Mellon Portugal foi pioneiro no desenvolvimento de modelos de parceria internacional entre instituições de ensino superior, institutos de investigação e empresas, modelos esses que estão agora a ser replicados em outras partes do globo, nomeadamente na China e na Rússia,” elucida o Diretor do Programa em CMU, José Manuel Fonseca de Moura.
O Instituto de Tecnologias Interativas da Universidade da Madeira (M-ITI)
Criado em 2009 no âmbito do Programa CMU Portugal, o M-ITI é considerado um polo de inovação a nível regional, nacional e internacional, nomeadamente pelo trabalho desenvolvido em investigação na área da interação homem-máquina. Desde a sua criação que este instituto se destaca na captação de talento e no desenvolvimento de projetos de investigação inovadores. O nível de empregabilidade dos alunos situa-se acima dos 90 por cento e o Governo Regional da Madeira já lhe atribuiu o estatuto de utilidade pública pois organiza e desenvolve as suas atividades, sem fins lucrativos, em prol de toda a região. E porque cria e apoia iniciativas de formação avançada de recursos humanos e presta serviços do mesmo domínio, cooperando com instituições do ensino superior e instituições de investigação, na área de interação homem-máquina, nomeadamente com o Pólo Científico e Tecnológico – Madeira Tecnopolo, SA.
11 startups impulsionadas e 17 equipas empreendedoras aceleradas nos EUA
Entre as 11 startups que nasceram no âmbito do Programa CMU Portugal e que já levantaram um financiamento de capital de risco total de mais de 67 milhões de dólares (Dognaedis, Feedzai, Geolink, Mambu, Orange Bird, Prisma, RedLight Software, Sentilant, Streambolico, Veniam e Virtual Traffic Lights), estão empresas que constituem já referências.
A título de exemplo, pode-se apontar a Feedzai, a atuar na prevenção de fraude em pagamentos eletrónicos. Desde 2013 que esta empresa tem tido crescimentos médios anuais de 300 por cento, e é um futuro potencial unicórnio português. Menção, ainda, para a Geolink, que desenvolveu uma tecnologia para comunicação e avaliação de serviços de táxi, instalada em 1.400 veículos de 13 concelhos do país. Por último, referência à Veniam, considerada uma das 50 empresas mais disruptivas do mundo, de acordo com um ranking publicado pela CNBC. A trabalhar na aplicação da tecnologia Wi-fi em veículos, a empresa foi também considerada uma das 15 melhores do mundo da indústria wireless, segundo a FierceWireless.
Das 17 equipas que já participaram no inRes, o acelerador de negócios do Programa CMU Portugal, três vão estar no próximo Web Summit, que se realiza em Lisboa, em novembro. São elas, a Addvolt, a Helppier e a Xhockware.
A AddVolt concebeu a solução tecnológica "WeTruck" que poupa mais de 90 por cento no consumo de diesel dos sistemas de refrigeração de camiões, reduz o ruído em 30 por cento e corta 844 quilos nas emissões mensais de CO2 por veículo. A Helppier desenvolveu um software online que permite criar ajudas interativas para um site ou aplicação web, num curto período de tempo, enquanto a Xhockware criou um sistema num dispositivo que permite, através de um smartphone, reduzir as filas de espera em hipermercados, melhorando a experiência do cliente e reduzindo custos para os retalhistas.
Transferência de conhecimento para as empresas
Nestes 10 anos, João Claro destaca ainda a transferência de conhecimento, experiência e redes de contactos internacionais para as empresas. "Porque é isso que temos conseguido fazer com o trabalho lado a lado com empresas como a Portugal Telecom, a Novabase e a Nokia Siemens, nossas parceiras desde o primeiro momento, nos nossos projetos de investigação, e com a colocação nas empresas da grande maioria dos estudantes que fizeram os seus estágios, mestrados e doutoramentos no âmbito do Programa CMU Portugal. E é por estarmos a fazer isso muito bem que ao longo da primeira década de existência cresceu desta forma o número de empresas nossas parceiras”, orgulha-se o diretor nacional do Programa CMU Portugal.
Avaliação e futuro
O Comité de Avaliação Externa do Programa CMU Portugal, na visita mais recente, manifestou uma vez mais a forte convicção de que este “é um programa de classe mundial, imaginativo e com a capacidade de gerar valor distintivo e de operar uma mudança cultural positiva nas universidades em Portugal. Todos os envolvidos (governo, FCT, universidades e empresas, professores e estudantes em Portugal e na Carnegie Mellon University) podem estar justamente orgulhosos do que está a ser alcançado." De acordo com João Claro e José Manuel Fonseca de Moura, é precisamente "com a confiança proporcionada pelos resultados já alcançados, que nos mantemos firmemente comprometidos com a criação de um futuro com um Portugal líder em Ciência e Inovação".
As atividades do Programa CMU Portugal são financiadas pela FCT, apoiadas pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e cofinanciadas pelas empresas parceiras pela CMU.