
No ´Investors Lounge´, um espaço restrito, vedado e delimitado, dedicado exclusivamente a encontros entre ´startups´ e investidores internacionais (são mais de mil na Web Summit), fisicamente à margem dos principais palcos do evento, com segurança à entrada, Pedro Monjardino, um dos responsáveis da empresa portuguesa teve a oportunidade de apresentar a plataforma digital que desenvolveram de auxílio ao comércio internacional.
"Fizemos um trabalho preparatório bastante cuidadoso e selecionámos potenciais clientes e investidores. Encontrámos uma organização baseada em São Francisco e que ajuda empresas que querem investir em ´Silicon Valley´. Estivémos a explicar o nosso produto, desenvolvemos contactos e vamos começar a trocar informação mais detalhada para ver se é possível encontrar um investidor para acelerar o nosso processo de crescimento, que é a razão principal por que viemos à Web Summit”, disse, em declarações à agência Lusa.
Selecionada este ano no âmbito do concurso ´Uber Pitch´ (projeto que pretende encorajar a inovação), a ´startup´ nacional conquistou a possibilidade de, ao longo de um dia, apresentar a sua plataforma internacional – fizeram “mais de 60 apresentações” - "num espaço de um metro e meio”.
A solução desenvolvida, denominada “On Deck” e que permite “mapear…”, tem como potenciais clientes, não apenas os grandes importadores e exportadores”, mas também pequenas e médias empresas “nos seus processos de internacionalização”.
“Portugal tem muitas pequenas e médias empresas, que muitas vezes não têm quadros ou sequer ´know-how´ suficiente para considerar vender os seus produtos no estrangeiro (…) Ajudamos as empresas a capacitarem-se para fazer essa análise e essa procura, na escolha do ´mix´ de transportes que ajudam a justificar a venda em termos de custos e também verificar as condições de aceitabilidade dos produtos nos mercados para onde se querem internacionalizar”, enumerou.
Pedro Monjardino explicou que a plataforma ´On Deck´ tem como principal objetivo “mapear as atividades que é necessário percorrer quando se trata de compra e venda internacional”.
“A plataforma mostra quais as etapas que têm cronologicamente de ser cumpridas para que a venda seja feita com sucesso, o cumprimento regulatório e aduaneiro no país de origem e destino (documentos para apresentar,por exemplo), faz a análise de custos que a movimentação vai gerar e a gestão dos documentos”, disse.
Através da solução desenvolvida pela ´startup´ portuguesa, o utilizador pode ainda comunicar com os intervenientes no processo, mesmo que não estejam na plataforma e, por exemplo, fazer um seguro.
“No final a plataforma gera um relatório com a performance do processo” e armazena digitalmente todo o processo, apontou.
Até ao final do ano, a plataforma será lançada para negócios entre Portugal e Angola, expandindo-se depois para transações feitas com Moçambique e África do Sul.
Até ao final do próximo ano a ´On Deck´ será alargada a todos os países da União Europeia.