ESI cria robô capaz de trabalhar lado a lado com um operário

A empresa de soluções de engenharia para a indústria ESI apresenta esta semana, na maior feira ibérica de máquinas- ferramenta e tecnologia industrial, um robô capaz de trabalhar lado a lado com o homem sem qualquer barreira física. Para demonstrar as características colaborativas da máquina, de origem alemã, a ESI programou-a para operar um espremedor de laranjas, cujo sumo o próprio robô servirá aos milhares de visitantes aguardados na 16.a EMAF - Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria, que entre amanhã e sábado tem lugar na Exponor, em Matosinhos.
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A presença deste robô no certame confirma a ESI como "empresa de engenharia de ponta”, apta a fornecer à indústria portuguesa “soluções à medida com elevado potencial de aplicação fabril”, adianta o diretor comercial, Gil Sousa. Para o demonstrar, no seu stand apresentará uma "célula robótica capaz de uma customização quase total do processo industrial”.

Trata-se de uma "solução a pensar na Indústria 4.0”, desenvolvida internamente, e que é "exemplo da aceleração de processos que se pode conseguir no chão de fábrica” com os recursos tecnológicos atualmente existentes. Proporciona, segundo o responsável da empresa, "grande flexibilidade ao processo produtivo” e permite "ter diferentes produtos com diferentes customizações na mesma linha de produção”.

Os visitantes, aliás, terão oportunidade de explorar, eles próprios, as potencialidades desta célula robótica em matéria de personalização, através de uma máquina que faz a “marcação automática de brindes para oferta”. A ESI exibirá ainda um sistema inovador para ‘pick & place’ (pegar e colocar), com dois robôs, que resulta da “fusão da robótica com a visão artificial”. É passível de aplicação em vários sectores, do agroalimentar aos componentes para a indústria automóvel, passando pelo mobiliário, cerâmica, moldes e logística, por exemplo, estando já a suscitar a curiosidade de muitos visitantes profissionais, que sinalizaram à empresa o seu interesse em conhecer de perto o sistema antes mesmo de a feira abrir.
 
Robótica colaborativa para a indústria do futuro

No stand que ocupará no pavilhão 5 da Exponor, a ESI terá também em destaque outras soluções colaborativas robotizadas, desenvolvidas no seu gabinete de I&D, numa demonstração da variedade de aplicações da oferta da empresa, que, aliás, não está confinada ao universo industrial. Idêntico ao que servirá sumo de laranja, um outro robô, de sete eixos, desafiará os visitantes para
uma partida de um dos mais populares jogos de tabuleiro do mundo. "Será uma surpresa e julgamos que seja a primeira vez que, numa feira industrial em Portugal, um robô está em total interação e ao alcance físico de uma pessoa”, promete Gil Sousa.

Ao optar por uma "abordagem fora da caixa” para se apresentar na EMAF, a ESI pretende evidenciar que é, “antes de mais, uma empresa inovadora”, virada para a indústria do futuro e para a economia digital. Está apta a “fornecer soluções chave na mão a todo o tipo de atividades industriais”, das tradicionais às emergentes, incluindo as indústrias criativas, da comunicação e do entretenimento.

“Somos mais do que uma empresa de robótica. Somos uma empresa de soluções de engenharia para a indústria. E nesta EMAF queremos mostrar que a indústria portuguesa pode contar connosco. Dispomos de várias soluções com elevado potencial de aplicação fabril, competências testadas e uma reconhecida capacidade para desenvolver projetos de investigação e desenvolvimento à medida”, realça Gil Sousa, um dos três engenheiros mecânicos formados na Universidade do Minho que transformaram um trabalho académico numa ‘spin-off’ que, menos de uma dezena de anos depois, é hoje uma empresa de “de fervilhante inovação”. Atualmente, emprega 20 pessoas, todas elas com idades inferiores a 40 anos. Metade tem formação ao nível da licenciatura ou superior.

Faturação cresce 11 por cento e deve chegar aos dois milhões de euros

A ESI – Engenharia, Soluções e Inovação, Lda. deverá faturar dois milhões de euros neste ano, mais 11 por cento do que em 2015. Do seu portefólio de clientes constam algumas das principais marcas da indústria nacional, como os grupos Amorim, IKEA, Simoldes e Faurecia, assim como empresas de referência em diferentes sectores económicos, como Vista Alegre, Mahle, Cordex, Sakthi e SLM. Está instalada no Parque Industrial de Meães, em Esmeriz, Vila Nova de Famalicão, e entre os seus parceiros tecnológicos contam-se a alemã Kuka (robôs), os finlandeses da Rocla (veículos automatizados de transporte) e a suíça Swisslog (armazéns automáticos).
 
Entretanto, para demonstrar as potencialidades das soluções que a ESI está apta a desenvolver no âmbito das indústrias criativas, o artista plástico e criativo Luio Zau protagonizará uma ‘performance’ no átrio principal do parque de feiras da Exponor. O evento terá lugar nesta sexta-feira, pelas 19 horas, e colocará em interação um robô e aquele que é já um dos artistas portugueses contemporâneos mais disruptivos na área do design industrial. Outras intervenções colaborativas entre Luio Zau e um robô irão repetir-se, ao longo dos quatro dias da feira, no stand da ESI (C06, pavilhão 5).

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