CEO da Josefinas pisa palco TED e fala sobre a falta de mulheres nos negócios

Convidada pela conferência TEDX, Maria Cunha, Chief Officer of Dreams da Josefinas, aborda a desigualdade nas oportunidades e a falta de mulheres no topo das hierarquias corporativas. Através da Josefinas, Maria acredita em inspirar e dar poder às mulheres. Mas porque ações falam mais alto do que palavras, durante a sua TED Talk, Maria explicou como a marca que lidera tem um grande impacto quer local, quer internacional na vida de muitas mulheres.
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A convicção de que o mundo pode ser mudado através de negócios geridos por mulheres é a ideia chave do TED Talk da Josefinas, na voz de Maria Cunha, que começou o negócio de calçado de luxo Josefinas em 2013, com duas mulheres: Filipa Júlio e Sofia Oliveira.

"A Josefinas é uma marca feita de mulheres para mulheres”, defende Maria que, durante a sua TED Talk, explicou a importância de negócios com significado. “Acreditamos em dar poder às mulheres – é esta a nossa missão e é isto que nos move”. 

A Josefinas apoia mulheres em risco no Ruanda, garantindo-lhes condições financeiras, médicas e sociais estáveis. Estas mulheres passam a reunir as condições necessárias para aprenderem os ofícios de um pequeno negócio, tornando-se independentes. 90 por cento dos seus ganhos são reinvestidos na sua comunidade local, criando um ciclo de positividade e de oportunidade. "Mas não se esgota aqui”, continua Maria. "Estas mulheres, até então sem futuro, tornam a educação dos seus filhos numa prioridade. Mulheres escolarizadas têm o dobro da probabilidade de enviarem os seus filhos para a escola”. Com uma atuação mundial forte, a marca também reconhece a importância da uma ação local positiva: "Estamos focadas em apoiar e potenciar os negócios de mulheres fornecedoras que tenham produtos fantásticos, feitos em Portugal: juntamo-nos às bordadeiras do Vale do Sousa para dar nova vida ao bordado manual; recuperamos o burel e reinterpretámo-lo. Adoramos crescer e permitir que estas mulheres, e os seus negócios, cresçam ao nosso lado”, continua.

Segundo Maria, o mundo empresarial carece de líderes femininos. Estudos revelam que, nas empresas, a percentagem total de mulheres em cargos de liderança ronda os 15 por cento. Sheryl Sandberg, Chief Operating Officer da rede social Facebook, afirma que estes dados praticamente não se alteraram desde 2012: "apesar de modestas melhorias desde 2012, as mulheres continuam sub-representadas no panorama corporativo”. Os dados não deixam margem para dúvida: as mulheres são agentes de mudança positiva nas empresas. De acordo com um estudo conduzido pela revista Fortune, as empresas administradas por mulheres atingem receitas 13 por cento superiores às lideradas por homens. Mas, então, porque há tão poucas mulheres em cargos de liderança? Segundo Sheryl, o problema está na base: “Desde cedo, as meninas são catalogadas com palavras como ‘mandona’ se manifestarem traços de liderança, ao passo que se espera e se encorajam os rapazes a liderarem”. 

Michelle Obama, a atual primeira-dama da Casa Branca, acredita que a construção de um mundo melhor passa pela educação de jovens meninas. Maria Cunha partilha e reforça: “Para quem tem filhas, para quem tem crianças, para quem tem jovens meninas, gostava de vos deixar uma mensagem: ensinem às vossas filhas a importância de estudar e de acreditarem nelas próprias. O mundo precisa de mais mulheres empreendedoras e mulheres empreendedoras precisam de todas nós”.

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