Elite europeia da investigação em cancro prestes a abrir portas ao Porto

Os mais de três centenas de trabalhos científicos publicados em revistas internacionais especializadas em Oncologia e os mais de 100 ensaios clínicos serão, com toda a certeza, os principais motivos para que o Porto. Comprehensive Cancer Centre (entidade que agrega o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto – i3S e o Instituto Português de Oncologia do Porto – IPO-Porto) integre, brevemente, o Cancer Core Europe. Esta entidade é a maior e mais representativa associação europeia em cancro que agrega as instituições que fazem investigação, nesta área, consideradas de "Excelência".
:
  

De acordo com informação veiculada no site da Universidade do Porto, estes dados fazem parte do relatório de atividades do Porto. Comprehensive Cancer Centre referente a 2016. Os dados vão ser apresentados, amanhã, dia 21 de dezembro, no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto.

"Face a estes resultados, o Porto. Comprehensive Cancer Centre entende ser o momento oportuno para organizar a "1st Gago Conference", com data prevista para 14 de fevereiro de 2018. Uma iniciativa pioneira dedicada à investigação do cancro na Europa que contará com a presença do Comissário Europeu Carlos Moedas e de mais de uma dezena dos maiores especialistas do mundo em cancro", le-se no site da Universidade do Porto.

De referir que o Porto. Comprehensive Cancer Centre resulta de um consórcio entre o i3S e o IPO-Porto e agrega 24 grupos de investigação. "Este projeto reflete a cooperação entre as duas instituições, no âmbito da investigação oncológica fundamental, translacional, pré-clinica e clínica e este encontro no i3S tem como principais objetivos incrementar a partilha de ideias, metodologias e equipamentos, bem como apresentar e propostas conjuntas de novos projetos científicos para obtenção de financiamento a nível nacional e internacional", lê-se na mesma notícia.

O presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, Laranja Pontes, explica ao site da Universidade do Porque que "a decisão de constituirmos o Porto.Comprehensive Cancer Centre assumiu-se como um passo estratégico num universo europeu, e mundial até, extremamente competitivo". O i3S e o IPO-Porto - acrescenta - "não são competidores em nada, completamo-nos. Sozinhos não somos capazes de fazer tudo. Esta é uma parceria win-win. Juntos representamos o que de melhor se faz em oncologia em Portugal". Laranja Pontes refere ainda que "atualmente o foco dos investigadores e prestadores de serviços na área da Saúde é a translação: perguntas da clínica para serem respondidas pelos investigadores, que por sua vez trazem as suas propostas novamente para a clínica".

Sobrinho Simões, diretor do Ipatimup e membro da Comissão diretiva do i3S, diz ao site de notícias da Universidade do Porto que o IPO-Porto "é muito bom nos cancros da próstata, bexiga, rim e linfomas; o Ipatimup, e agora o i3S, é uma referência mundial nos cancros do estômago e da tireoide e outros órgãos endócrinos e neuroendocrinos. E depois partilhamos créditos nos cancros colo-rectal e de mama. É, por isso, uma parceria que faz todo o sentido". É precisamente ancorada nesta grande componente de investigação em que assenta o Porto.CCC, e nos resultados já obtidos e evidentes no relatório de atividades de 2016, que os responsáveis esperam obter a acreditação de excelência e pertencer ao Cancer Core Europe.

De deixar bem claro que esta parceria permite reforçar a interface entre a investigação científica e a área clínica, apresentar candidaturas a programas de financiamento e implementar projetos comuns com instituições europeias congéneres. Por isso mesmo,  o Porto.Comprehensive Cancer Center foi convidado a integrar uma Rede Europeia de Referência (RER) – plataformas únicas e inovadoras de cooperação transfronteiriça entre especialistas para o diagnóstico e tratamento de doenças complexas e raras ou de baixa prevalência – , mais especificamente a RER GENTURIS, cuja representante portuguesa é a investigadora do i3S Carla Oliveira.

Na mesma notícia ainda se lê que "esta RER tem como objetivo primário melhorar a assistência e os cuidados de saúde prestados a doentes e famílias com síndromes hereditários raros ligados ao cancro, através de investigação colaborativa entre parceiros Nacionais e Europeus. A Genturis conta ainda com a participação da patologista Fátima Carneiro, em representação do Centro Hospitalar S. João, e do investigador Manuel Teixeira, em representação do IPO-Porto". Carla Oliveira disse que a participação de Portugal deve-se ao reconhecimento internacional que os cientistas portugueses, particularmente no Ipatimup, obtiveram nos últimos 20 anos no estudo da síndrome Cancro Gástrico Hereditário Difuso (conhecido como HDGC).

Mais nesta secção

Mais Lidas