Clube Xzen: o projeto empreendedor para amantes da natureza e da ciência

O gosto pela ciência, ambiente e educação foi o que levou um jovem de Odivelas a desenvolver um projeto direcionado para crianças e jovens com vista a proporcionar atividades diferentes das que por norma são levadas a cabo no meio escolar, bem como contribuir de forma mais acentuada para a educação ambiental dos mais novos. O projeto nasceu, em Odivelas, em 2012, foi batizado de Clube Xzen e já tem várias delegações. Mas o objetivo é criar filiais de Norte a Sul de Portugal.
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A estória que se segue fala de um tipo de empreendedorismo diferente ao que estamos habituados a ouvir falar. Não se trata de uma marca criada com objetivo de produzir objetos que possamos adquirir para usar ou como adorno. Trata-se de um projeto que, pelo contato com o meio ambiente visa desviar, de alguma forma, crianças e jovens da dependência das novas tecnologias. Fala-se do Clube Xzen, um projeto de empreendedorismo educativo pensado e criado por Pedro Henriques, um jovem de Odivelas, que a determinada altura da vida decidiu encontrar formas de incutir nos outros o gosto que sente pela ciência e pela natureza.
 
Assim, nasceu a 20 de outubro de 2012, em Odivelas, com sede no Centro de Apoio Psicopedagógico "O Alicerce" o Clube Xzen. "O objetivo era criar algo que mantivesse a aproximação das crianças e jovens à natureza e à ciência, usando um modelo com componente teórica e prática que os motive para a aprendizagem de conceitos e conteúdos, muitos deles inseridos no programa escolar, aliado a uma componente lúdica e divertida " - explica ao VerPortugal o mentor do projeto, Pedro Henriques dando nota de que "a proteção e conservação da natureza, o aumento dos níveis de autonomia e de responsabilidade das crianças e dos jovens bem como a definição de regras diárias no seu comportamento e no seu convívio social, promovendo o espírito de equipa, são também os propósitos desta iniciativa".
 
Em entrevista ao VerPortugal, Pedro Henriques conta que por estar ligado profissionalmente à área da educação, começou a aperceber-se de que as crianças não tinham um lugar onde pudessem passar algum tempo a desenvolver atividades ligadas à ciência e ao ambiente. "Decidi criar o Clube Xzen e não foi difícil encontrar quem decidisse fazer parte dele" - acrescenta. A divulgação do Clube Xzen começou a ser feita, primeiro, junto da comunidade escolar onde Pedro Henriques exerce atividade profissional como motorista. "Em pouco tempo foram criadas mais delegações. Todas com instalações em escolas privadas. Para além da sede de Odivelas, Sintra e Sesimbra também já têm Xzen. E, brevemente deverão abrir mais algumas delegações até que o meu objetivo de ter Clubes Xzen de Norte a Sul seja cumprido" - acrescenta o mentor do projeto.
 
Mas, afinal, como é preenchido o tempo de quem aceita integrar o Clube? "Bom, em primeiro lugar há que explicar que as atividades acontecem sempre ao fim-se-semana e, uma vez que se destina a jovens e crianças em idade escolar, só nas férias é que se poderá ocupar alguns dias da semana com atividades que tanto podem acontecer nas instalaçães do Clube, se se tratar de observações microscópicas, como decorrem ao ar livre, no campo, se se pretender observar alguns seres vivos" - acrescenta Pedro Henriques.
Uma coisa é certa: "as atividades tem sempre fortes componentes lúdicas, cientificas e ambientais primando pelo desenvolvimento do sentido de responsabilidade, sobrevivência  e solidariedade. Há quem considere neste conceito, algumas semelhanças com o Método Walldorf, mas neste caso existe muita diferença na disciplina e na promoção do êxito dos alunos do currículo normal" - refere.
 
Por ano, os elementos do Clube fazem no mínimo quatro acampamentos. "Durante estes acampamentos para além de ficarem afastados do sedentarismo e de estarem ligados a um computador ou playstation várias horas por dia, as crianças e jovens convivem, têm contato com a ciência e natureza e desenvolvem níveis de autonomia e cooperação. Ou seja, aprendem a ser mais independentes como preparar a própria comida e a ajudarem os outros e a viverem como família. Aliás o Clube Xzen trabalha muito o conceito família" - revela Pedro Henriques deixando claro que "não há lugar a faltas de educação e muito menos a baldas. Quem pisar o 'risco traçado' é automaticamente penalizado".
 
Importante é ainda referir que "no Clube os elementos que dele fazem parte vão conquistando graduações. "À medida que o tempo de presença avança vão sendo atribuídas graduações. O primeiro nível não tem graduação, mas os seguintes já têm. Essas graduações são sempre relacionadas com símbolos como planetas, por exemplo. O último nível é o símbolo do sol, que significa o conhecimento máximo" - explica Pedro Henriques dando nota de que a cada mês é trabalhada uma temática diferente e, no final, é entregue uma espécie de ficha para testar os conhecimentos dos elementos.
 
Para colocar em exercício este projeto, Pedro Henriques, não teve de fazer um grande investimento. "Já tinha muito do material necessário por práticar muitas vezes atividades ligadas à natureza e à ciência. O material restante vai sendo adquirido com o dinheiro das mensalidades (cinco euros) de cada um dos elementos" - revela.
 
De referir que o Cluba Xzen não tem fins lucrativos e vive muito do voluntariado. "A sede e delegações estão em espaços cedidos por escolas que também disponibilizam o transporte para as deslocações durante as atividades. No entanto, no futuro, espero que muito próximo gostaria de criar postos de trabalho e de tornar o projeto numa grande empresa" - concluí.

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