Tiago Pires: presença no Surf Liga Moche pode valer primeiro título

Após sete anos entre a elite do surf mundial, Tiago Pires voltou a poder competir na Liga Moche a tempo inteiro, em 2015. E Saca, como é conhecido, iniciou o ano a mostrar ao público e aos restantes surfistas portugueses porque é considerado o melhor surfista português de sempre – venceu a primeira etapa na “sua” Ribeira D’Ilhas (Ericeira), com ondas de gala, batendo os campeões nacionais dos últimos quatro anos, Frederico Morais e Vasco Ribeiro, nas meias-finais e final, respectivamente. Na segunda etapa, igualmente com boas ondas, na Costa de Caparica, Tiago fez um segundo lugar, batido apenas por Frederico Morais na final. Faltou à terceira etapa, no Porto, devido ao nascimento do seu primeiro filho, voltando na quarta prova do ano, para um surpreendente nono lugar na Praia Grande, em Sintra. Apesar de tudo, é neste momento, a uma semana de se iniciar o Montepio Cascais Pro, quinta e última etapa da Liga Moche, circuito que define os campeões nacionais de surf, o único surfista com hipóteses matemáticas de ultrapassar a liderança de Frederico Morais. Para isso, terá de vencer a prova cascalense e esperar que Kikas não alcance as meias-finais ou melhor. Se assim acontecer, Tiago Pires conquistará o seu primeiro título oficial de campeão nacional de surf, o que provavelmente é uma surpresa para muitos. Embora seja considerado o campeão de 2002, ano em que venceu as duas únicas provas realizadas em Portugal, na altura não houve atribuição oficial desse título. Mas será que, aos 35 anos e com uma carreira irrepreensível, que fala por si, Tiago ainda pensa nestes objectivos? Ele responde ao VerPortugal.
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Como vai encarar esta última etapa, sabendo que é o único, para além do Kikas, com a possibilidade de conquistar o título?

Como encarei todas as outras, sem expectativas! Quando pensei em fazer o circuito este ano, nunca pensei em lutar por títulos. É algo que já me disse muito, noutra fase da minha carreira, mas não agora... por isso vou encarar esta prova como mais um campeonato para me divertir, para tentar fazer bom surf e aproveitar o momento em casa, com os amigos. O Kikas está com uma boa vantagem... também tem mais uma prova que eu e é logo uma vitória, por isso para o destronar é necessário ter alguma sorte. Ele tem de perder cedo e eu de vencer a etapa... tudo é possível, mas sinceramente não penso muito nisso!

Sabendo que se transformas num "animal competitivo” quando veste a lycra de competição, que quando entra numa prova é para ganhar, já pensou num eventual “ponto fraco” do adversário, que possas explorar, para que essas hipóteses todas aconteçam a teu favor?

Não há muitos! Não sei como irá reagir o Kikas... Ainda não percebi bem se o título é mesmo importante para ele ou não... a única situação que poderá acontecer é nós encontrarmo-nos antes das meias-finais, ser uma bateria disputada e ele talvez ficar mais nervoso... mas ele é um grande competidor, é de aço, por isso acho difícil que isso aconteça. Vamos ver...

É difícil encarar o seu “eu” mais novo?!...

(Rindo) Sim!... e, tanto para mim como para ele, hoje em dia o circuito nacional é mais um treino. Para muitos é algo realmente sério e importante, mas para nós... acho que o Kikas já está focado noutros voos, o que acaba por nos tirar um bocado a pressão de cima, que é bom, para deixar o surf fluir mais! 

A quinta e última etapa do Surf Liga Moche decorre, em Cascais, de 8 a 10 de outubro. Uma etapa onde Tiago Pires vai, certamente, encarar o evento como um desafio a vencer. 

No feminino, o título está já decidido, a favor de Teresa Bonvalot, que aos 15 anos conquistou-o pela segunda vez consecutiva, deixando agora a disputa pelo vice-título entre Carina Duarte, Carol Henrique, Ana Sarmento e Camilla Kemp.

Ao nível dos troféus paralelos, o Montepio Cascais Pro contará com a habitual Renault Expression Session, um espectáculo à parte em que só a melhor manobra interessa para a vitória, sendo atribuídos, nas cinco etapas, 2.500 euros anuais aos seus vencedores.

Também em disputa nesta última etapa estará o Ramirez Junior Award, um troféu que premeia os melhores juniores da Liga Moche com 2.500 euros anuais e que conta com objetivos intercalados ao longo das cinco etapas. 

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