
Mais do que um simples armazém, a estrutura, que conquistou também o prémio ‘Best of Wine Tourism (Global Winner)’ na categoria Arquitectura e Paisagens, é um verdadeiro templo dedicado ao vinho e ao tempo. Com uma área de implantação de 2051 metros quadrados e uma área de construção de 4722 metros quadrados em aço e betão, reúne condições técnicas únicas para envelhecimento dos vinhos e esse tem sido outro dos factores de notoriedade que atraem potenciais clientes de vinho e turistas. Uns apenas visitam o armazém, enquanto outros desfrutam de alguns dias de descanso e aproveitam para contactar os vinhos Quinta do Portal e a gastronomia ali oferecida.
Aliás, a maioria dos visitantes sabe ao que vai: há várias excursões na região que têm a Quinta do Portal no seu roteiro, nomeadamente a visita ao armazém desenhado pelo arquitecto Siza Vieira. Trata-se, sobretudos de europeus, principalmente alemães, franceses, italianos, holandeses e espanhóis. Os portugueses representam cerca de 25 por cento do total e a quinta recebe ainda um número muito significativo de brasileiros, canadianos e norte-americanos.
Desde a abertura do armazém, a Quinta do Portal notou um efeito assinalável na notoriedade da marca junto dos potenciais clientes de vinho, assim como de jornalistas e programas de televisão. A Casa das Pipas acaba por beneficiar indirectamente, já que, inserido no mesmo espaço, há um auditório de 70 pessoas, o que é relevante muitas vezes para grupos e empresas, juntando assim nas mesmas instalações a possibilidade de dormir (na Casa das Pipas), de fazer refeições (no restaurante daQuinta do Portal) e de fazer reuniões (no auditório do armazém).
As particularidades técnicas desta obra do prestigiado arquitecto no coração do Alto Douro Vinhateiro, pelas características de temperatura e humidade, vieram dar maior consistência ao tipo de trabalho que até há cinco anos era feito na adega. A Quinta do Portal tem agora possibilidades de deixar os vinhos repousar nas melhores condições técnicas que é possível proporcionar, potenciando a obtenção de vinhos de excelência que, além de uvas excepcionais, exigem um trabalho cuidadoso em todas as suas fases, a última das quais é o envelhecimento.
Dispor desta infra-estrutura única na região dá à Quinta do Portal uma situação claramente diferenciadora face aos concorrentes, além de que permite realizar outro tipo de eventos, sendo um dos locais onde se apresenta a Bienal de Gravura de Alijó e onde já foram feitos alguns workshops e aberturas do festival de cinema Douro Film Harvest.
Não obstante ter sido o auge do investimento de 15 milhões de euros realizado pela Quinta do Portal entre 2001 e 2010, a inauguração do armazém coincidiu também com o início da crise europeia das dívidas soberanas, fenómeno que se repercutiu desde logo a nível económico. Mas, se em 2009 ainda 70 por cento das vendas da empresa eram feitas em produto de pequeno valor acrescentado e no mercado doméstico, passados cinco anos já 75 por cento são dirigidas ao mercado externo e o preço médio por garrafa cresceu 43 por cento, deslocando-se gradualmente de vinhos do Porto e moscatéis para vinhos DOC. Os prémios multiplicaram-se, o que não deixa de ter efeitos a prazo, pelo que, embora muito mais devagar, a empresa está consciente de estar a trilhar o caminho certo e que os efeitos de todo o investimento irão gradualmente dar resultados. Por isso, a Quinta do Portal considera que o armazém foi uma peça significativa desse mesmo investimento, cujo efeito vai perpetuar-se durante muitos anos.