
Inês Ribeiro disse ao VerPortugal que "é um privilégio e uma honra ver o trabalho de um ano intensivo ser premiado internacionalmente. Significa que o esforço que implica a nossa formação é compensatório, e é também uma motivação para continuar o trabalho e dedicação em arquitetura".
"É ainda mais gratificante para mim devido ao facto de o trabalho ter sido desenvolvido em Macau, implicando uma dificuldade acrescida, que existe sempre que se desenha um projeto arquitetónico para uma comunidade em que não se está inserido, e que compreende vivências e linguagens de cidade muito diferentes das ocidentais", afirma a aluna do DARQ ao VerPortugal.
O trabalho académico desenvolvido prevê que se desenhe uma proposta de linha de Metro Ligeiro para Macau, como alternativa à solução que se encontra em construção neste momento, bem como um desenho renovado do waterfront e skyline da Península.
Tendo em conta as necessidades locais, o projeto M + OO (M+Infinite), que se desmembra em Estação de Metro, Hotel, Mercado Urbano e espaços comerciais, é uma resposta à histórica conexão com a água que desde sempre existiu em Macau.
Assim sendo, o objetivo primordial traduz-se na criação de espaço público e de movimentos urbanos que potenciem a criação de eixos urbanos de conexão do interior da cidade com o aterro sobre a água, onde se localiza o programa principal.
Ao nível do interior da malha urbana, desenha-se uma Estação de Metro que incorpora um programa público, que potencia a criação de espaços vividos, com vida urbana. No aterro sobre a água, desenha-se um complexo amplo, transparente, de linhas rígidas e retilíneas, rasgadas pela alameda pedonal que marca toda a nova waterfront. Como reflexo de todo o conceito explicitado, nasce no interior do complexo um espaço público, denominado Space (Infinite Space) que, simbolizando o infinito, representa um espaço limitado mas com infinitos movimentos e encontros urbanos.
A configuração espacial, a curva e a diagonal surgem em resposta provocante à arquitetura megalómana e formatada dos casinos presentes no território, recorrendo à ideia de megaestrutura mas desconstruindo-a numa cobertura que cria um objeto marcante mas que, devido à sua transparência, permite ao transeunte a perceção da cidade em comunhão com a água.