Aluna da Universidade de Coimbra premiada em Macau por investigação sobre as metamorfoses desse país

Inês Ribeiro, aluna de Mestrado do Departamento de Arquitetura (DARQ) da Universidade de Coimbra (UC), venceu o " Golden Lotus International Design Competition for Students" em "Arquitetura e Paisagem", da MIF – Macao International Trade and Investment Fair. O projeto é resultado de um ano de investigação desenvolvida na disciplina de Projeto V, no ano letivo de 2014-2015, e enquadra-se no The Macau-Coimbra Project que promoveu a investigação acerca das metamorfoses do território de Macau.
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Inês Ribeiro disse ao VerPortugal que "é um privilégio e uma honra ver o trabalho de um ano intensivo ser premiado internacionalmente. Significa que o esforço que implica a nossa formação é compensatório, e é também uma motivação para continuar o trabalho e dedicação em arquitetura".

"É ainda mais gratificante para mim devido ao facto de o trabalho ter sido desenvolvido em Macau, implicando uma dificuldade acrescida, que existe sempre que se desenha um projeto arquitetónico para uma comunidade em que não se está inserido, e que compreende vivências e linguagens de cidade muito diferentes das ocidentais", afirma a aluna do DARQ ao VerPortugal.

O trabalho académico desenvolvido prevê que se desenhe uma proposta de linha de Metro Ligeiro para Macau, como alternativa à solução que se encontra em construção neste momento, bem como um desenho renovado do waterfront e skyline da Península.

Tendo em conta as necessidades locais, o projeto M + OO (M+Infinite), que se desmembra em Estação de Metro, Hotel, Mercado Urbano e espaços comerciais, é uma resposta à histórica conexão com a água que desde sempre existiu em Macau.

Assim sendo, o objetivo primordial traduz-se na criação de espaço público e de movimentos urbanos que potenciem a criação de eixos urbanos de conexão do interior da cidade com o aterro sobre a água, onde se localiza o programa principal.

Ao nível do interior da malha urbana, desenha-se uma Estação de Metro que incorpora um programa público, que potencia a criação de espaços vividos, com vida urbana. No aterro sobre a água, desenha-se um complexo amplo, transparente, de linhas rígidas e retilíneas, rasgadas pela alameda pedonal que marca toda a nova waterfront. Como reflexo de todo o conceito explicitado, nasce no interior do complexo um espaço público, denominado Space (Infinite Space) que, simbolizando o infinito, representa um espaço limitado mas com infinitos movimentos e encontros urbanos.

A configuração espacial, a curva e a diagonal surgem em resposta provocante à arquitetura megalómana e formatada dos casinos presentes no território, recorrendo à ideia de megaestrutura mas desconstruindo-a numa cobertura que cria um objeto marcante mas que, devido à sua transparência, permite ao transeunte a perceção da cidade em comunhão com a água.

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