
Em 1930, quando a eletrificação rural era um sonho, um punhado de homens decidiu criar uma cooperativa com o objetivo de levar a luz elétrica para o campo em que viviam. Era o nascimento da Cooperativa Eléctrica do Vale d'Este que hoje, 85 anos depois da sua constituição, na freguesia do Louro, é a força motriz de um território do concelho de Vila Nova de Famalicão marcadamente rural que abrange nove freguesias e cerca de nove mil famílias.
Num sinal de reconhecimento do importante papel que a cooperativa desempenha nomeadamente no domínio da economia local, a Câmara Municipal renovou nesta segunda-feira, 30 de novembro, o contrato de distribuição de energia elétrica em baixa tensão com a CEVE, iniciado nesse longínquo ano de 1930, por um período de 20 anos. A assinatura formal ocorreu durante a visita de Paulo Cunha à instituição no âmbito do roteiro Famalicão Made IN. "Este momento simboliza a confiança da Câmara de Famalicão nesta instituição, cujo trabalho de excelência um autarca não pode ignorar, pois é um magnífico exemplo do que deve ser uma cooperativa elétrica” - assinalou o presidente da autarquia. "Este momento vai ficar registado nas boas memórias da cooperativa porque vai abrir um novo ciclo da sua história” - sublinhou, por seu lado, o presidente da direção, Luís Macedo.
A ambição vai marcar os próximos anos da já longa história da CEVE que, sublinhe-se, tem a sua rede de distribuição totalmente cadastrada através do recurso a tecnologias de georreferenciação. Em 2016 vão arrancar outros projetos que a cooperativa classifica como "arrojados e pioneiros”. É o caso do projeto-piloto de estímulo à mobilidade elétrica que vai incentivar as pessoas a utilizarem lambretas elétricas nas suas deslocações diárias e do projeto de produção de energias renováveis através do sol e da água.
De grande utilidade pública é também o projeto das ‘passadeiras seguras’ que teve início em 2014 e já abrangeu a maioria das passadeiras da área de influência da CEVE. "Consiste na instalação de um poste especial com leds que assinala a presença da passadeira e a ilumina em toda a sua extensão, minimizando o risco de atropelamentos”- explicou Luís Macedo. No próximo ano serão colocados mais quatro sistemas iguais a este noutras tantas passadeiras.
Paulo Cunha referiu-se à CEVE como "uma empresa com marcas muito fortes nos domínios social, económico e ambiental”. “A responsabilidade social com o meio é apenas um exemplo a sublinhar vindo de uma empresa de referência e que presta um serviço com muita qualidade” - reforçou.
Para além de distribuir energia elétrica a nove freguesias famalicenses (Arnoso Santa Eulália, Nine, Louro, Lemenhe, Mouquim, Jesufrei, Gondifelos, Cavalões e Outiz), a CEVE fornece ainda quatro freguesias do concelho vizinho de Barcelos (Viatodos, Minhotães, Silveiros e Monte Fralães). São 14 localidades, de 30 em todo o país, que ‘escaparam’ ao monopólio da EDP. "Uns verdadeiros gauleses no meio de romanos” - metaforizou o responsável da CEVE.