Raze: o projeto musical que nasce de uma caixa de ritmos

Raze. Assim se chama o nome do projeto musical criado por Hélder Sousa, um jovem de Tomar. Sem qualquer formação musical, o jovem igual a tantos outros, que mantém atividade profissional paralela, o jovem optou pelo estilo Rap para vingar no mundo da música. Em entrevista ao VerPortugal, Hélder Sousa, conta como surgiu o projeto e quais as perspetivas de futuro. Como forma de divulgar o trabalho, aderiu à plataforma Pinstage.
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Como nasceu o projeto Raze?
O projecto Raze nasceu em 2004/2005 altura em que comprei a minha primeira caixa de ritmos.
 
Porquê este nome?
Este nome já me acompanha desde 1999 numa altura em que andava envolvido no graffiti, era o meu tag (assinatura) e acabou por ficar.
 
Que formação musical tem o mentor do projeto?
Nenhuma. Trabalho com espírito autoditata. Aprendi tudo pela necessidade que sentia de fazer música.
 
Que trabalhos já fez a nível musical?
Em 2005 lancei para download gratuito de três volumes de instrumentais (Beatology) e em 2006 uma compilação com artistas de norte a sul do pais (Sem Dados Disponíveis) e que teve bastante visibilidade. Nos anos seguintes produzi para alguns artistas nomeadamente, Valete, Azagaia, TNT entre outros. No final de 2014 lançei o primeiro volume de Coffee Beats um EP instrumental, do qual estou neste momento a trabalhar no segundo volume com alguns convidados entre eles Dr.Divago, Bob o Vermelho, DJ Sims, Dj X-acto, Bully e uma mão cheio de musicos Tomarenses, espero lançar ainda este ano ou no inicio do próximo.
 
Escreve e compõe todas as músicas?
Componho com base quase sempre no sampling. A recriação. Quando envolve convidados a escrita é a cargo dos mesmos, o que envolve a composição.
 
Qual o estilo musical? 
O estilo musical anda sempre à volta do Rap (Hip Hop Music), mas as sonoridades passam essencialmente pelo jazz, pela soul e pelo funk.
 
Porquê a escolha deste estilo?
É para mim o estilo mais abrangente e que me dá mais liberdade. Será que existe um estilo de musica tão ecléctico?
 
Esta é a única atividade profissional que tem? 
A musica não é a minha atividade profissional. Por detrás do Raze está uma pessoa normal, com um emprego... como tantas outras pessoas.
 
Qual o seu tema preferido? 
Do novo projecto? De todas as músicas que já criei? Não consigo dizer, é como perguntar a uma mãe qual é o seu filho favorito.
 
Em que se inspira para produzir música?
Inspiro-me principalmente na musica do passado, em certas sonoridades, certos pomenores... depois é consoante o estado de espírito, o espaço envolvente, uma ideia de um tema... 
 
Pretende passar alguma mensagem?
Quase sempre. Gosto bastante de usar samples de voz que transmitem algo, ou em alguns casos específicos uma mensagem concreta.
 
A nível de concertos, como tem sido?
Uma vez que só voltei ao activo em 2014 tive cerca de quatro anos sem concertos mas espero voltar com força.
 
Já concorreu a algum dos concursos de música televisivos para o ajudar a singrar de forma mais fácil no mundo da música?
Não, e não é de todo algo que aprecie. Penso que fama fácil e rápida é 99 por cento esquecida passado uns anos, pelo menos não me lembro de ninguém que tenha feito carreira através disso.
 
O que sente quando sobe ao palco? O que transmite ao público?
Tento sempre ser o mais profissional possível, sem comprometer o prazer de pisar o palco. Tento transmitir isso para o publico.
 
 
Quem é, afinal, o mentor do projeto Raze? 
Antes de mais é uma apaixonado por musica, apaixonado por vinil, por material analógico, fora disso uma pessoa normal que não dispensa o seu café
 
O que falta na música portuguesa?
Faltam mais rádios como a Antena3, a Oxigénio, faltam programas como o Top+, falta valorizar os músicos e abrir as mentes.
 
Para quem gostava, um dia, de compor uma música? 
Assim de repente, Sara Tavares, Da chick, Marta Ren.
 
Que investimento foi feito para poder criar o projeto?
O investimento foi progressivo, fui comprando o material à medida que me fazia falta, mas comecei até com algum material emprestado. Mas o material é algo secundário, hoje em dia num quarto com as ferramentas certas podemos criar algo com bastante qualidade.
 
Como vê o panorama da música em Portugal?
Mudou muito nos últimos anos, não sou grande adepto das plataformas digitais como o Spotify, mas o caminho é esse. Mas ainda assim continuo a preferir CD ou Vinil, o formato físico.

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