ESTESC única a colaborar com OMS na proteção contra a radiação

O Departamento de Imagem Médica e Radioterapia (DIMR) da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) foi designado como Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Proteção contra a Radiação. A ESTeSC torna-se assim a primeira escola de tecnologia de saúde do mundo a ser nomeada centro colaborador da OMS e também o único centro colaborador na área da radiação médica num país de língua oficial portuguesa.
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A ESTeSC, enquanto centro colaborador, tem como missão providenciar aconselhamento técnico à OMS para a identificação de prioridades na pesquisa científica na área da proteção contra a radiação e apoiar no desenvolvimento e revisão de ferramentas de comunicação sobre os riscos da radiação. Deve também desenvolver metodologias de trabalho, traduzidas em normas orientadoras, manuais e plataformas online, sobretudo para países de expressão portuguesa, com vista à harmonização de procedimentos em imagem médica e radioterapia.

Para Jorge Conde, presidente da ESTeSC, esta nomeação é o corolário do trabalho de ligação internacional feito pela ESTeSC nos últimos anos, com a integração em várias redes internacionais e com o estabelecimento de parcerias de investigação com instituições do mundo inteiro. "A ESTeSC apostou em ser uma instituição global, que cria valor e que se movimenta de forma a poder ter uma intervenção que se constitua como um parceiro inquestionável nas mais diversas questões ligadas à saúde”, afirma o responsável, frisando: "Esta distinção da OMS é mais uma prova disso e Coimbra ganha na sua dimensão de cidade capital da saúde com mais este reconhecimento”.

Uma das missões do novo Centro Colaborador, liderado pelos Professores Graciano Paulo e Joana Santos do DIMR, é a realização de um grande evento científico anual para promover esta temática. Segundo Graciano Paulo, presidente da Comissão Científica do DIMR e vice-presidente da ESTeSC, "está já em preparação uma reunião com todos os centros colaboradores na área da radiação médica, a realizar em Coimbra”, para debater as questões mais atuais nesta matéria.

O impacto negativo da utilização da radiação para fins médicos em pacientes e profissionais de saúde é um tema que tem motivado cada vez mais interesse junto da comunidade científica. Estudos internacionais em utentes e profissionais de saúde, expostos sucessivamente a radiação para fins médicos, demonstram maior incidência de patologia radioinduzida em relação a indiviíduos que não sofrem essa exposição. Face a estes resultados, assiste-se a um grande investimento a nível mundial na investigação do tema, tendo inclusivamente a Comissão Europeia aberto uma linha de investigação para financiar um projeto de 10 milhões de euros, no âmbito do EURATOM 2020, integrando o DIMR da ESTeSC um dos consórcios concorrentes a este financiamento.

Segundo Graciano Paulo, "a ESTeSC é pioneira em Portugal a fazer a ponte entre o meio académico e o meio hospitalar/clínico, apostando na especialização e na multidisciplinariedade, em que técnicos, médicos e físicos trabalham em conjunto, com vista à melhoria dos cuidados de saúde prestados”, o que se traduz na participação em projetos internacionais financiados pela Comissão Europeia e no trabalho junto de instituições ligadas à saúde nos países de língua oficial portuguesa, com vista a harmonizar as práticas existentes por forma a reduzir os riscos da exposição à radiação ionizante.

A OMS tem centros colaboradores em todo o mundo nas mais diversas áreas, que prestam apoio técnico e científico à instituição. Desta forma um centro colaborador da OMS é uma instituição designada pela Direção-Geral para integrar uma rede colaborativa internacional, para a realização de atividades técnicas e suporte aos programas da Organização.

A designação da ESTeSC como Centro Colaborador da OMS é renovada de quatro em quatro anos.

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