Ferramenta inovadora para combater o Ébola criada no CIIMAR

Filipe Pereira e João Carneiro. É este o nome dos cientistas do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto, que criaram a primeira base de dados, a nível mundial, dedicada à análise e desenvolvimento de métodos de identificação e tratamento do vírus Ébola. A informação é avançada pelo jornal da Universidade do Porto.
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Filipe Pereira esclarece que para criar a base de dados foram usadas diversas ferramentas de bioinformática. À base toda a comunidade científica e médica pode aceder, de forma gratuita. Nessa base de dados podem obter-se informações sobre a diversidade genética do Ébola com os oligonucleótidos (pequenas moléculas de DNA ou RNA, sondas) utilizados no tratamento e deteção do vírus.

A plataforma foi batizada de EBOLAID e "permite comparar e organizar estatisticamente dezenas de oligonucleótidos já descritos na literatura e que se ligam ao genoma do vírus Ébola de forma a inibir a sua replicação ou permitir a sua deteção. Com esta nova ferramenta, cientistas e empresas farmacêuticas podem, a partir deste momento, identificar e desenvolver mais facilmente novas abordagens para a deteção e/ou tratamento do vírus Ébola".

No texto publicado no site do Notícias da Universidade do Porto lê-se que "partindo de uma análise de mais de 200 genomas de vírus Ébola provenientes dos vários surtos, que desde 1976 vitimaram milhares de pessoas em África, a plataforma permite ainda identificar as regiões mais conservadas do genoma do Ébola, que são as mais indicadas para o desenho de novos métodos de combate a futuras epidemias de Ébola. As constantes mutações (alterações na sequência do genoma) em novas estirpes do vírus Ébola podem dificultar a ação de novos métodos de tratamento e diagnóstico, pelo que foi fundamental a identificação destas zonas do genoma onde é menos provável que elas surjam".

No texto ainda se lê que "a doença causada por este vírus tem uma elevada taxa de mortalidade, não existindo atualmente nenhuma vacina específica comercialmente disponível. A mais recente epidemia de Ébola na África Ocidental vitimou 11.323 pessoas entre mais de 28 mil infetados pelo vírus". Filipe Pereira diz que "as constantes mutações sofridas pelo vírus diminuem a eficiência dos métodos de diagnóstico e tratamento, pelo que é necessário uma análise constante e detalhada da diversidade genética deste vírus. Por esta razão a base de dados será constantemente atualizada de acordo com as novas publicações científicas que vão sendo disponibilizadas por todo o mundo”.

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