
Alguns segundos após as luzes se apagarem, o grupo entra em cena, todos vestidos de negro e em silêncio. Um olhar mais atento mostra-nos que ali está ele, bem no centro do palco, o baixo de Bruno Pedro Simões, um dos fundadores da banda e que desapareceu a 9 de junho de 2016.
Começamos por ouvir a escuridão de “Intro (Flying Back)”, tema do álbum homónimo lançado em 2016, depois de um hiato de cinco anos em que cada elemento da banda se dedicou a outros desafios, para logo sermos transportados para 2009 e para o álbum ‘Only time will tell’ com “Walking you home”, “Houses and wifes” e “This woman”.
Segue-se “Díli”, single de apresentação do novo álbum, inspirado numa longa estadia de Bruno Simões em Timor e que reforça a ideia de que o amigo continua bem presente.
“Não há nenhum lugar onde preferíssemos estar, isto é uma belíssima prenda e, por isso, também vos trazemos uma prenda. Aquele que, para mim, é um dos maiores talentos de Portugal: Mazgani”, revela Afonso.
“Distant gardens”, do álbum ‘Common Ground’ revela uma química com a banda coimbrã que o português de origem iraniana tem dificuldade em conter e que, no tema “Everything changes”, o faz dançar, saltar e partilhar o microfone com Afonso.
No primeiro encore, um CCB esgotado ouviu a versão de “Hollywood forever cemetery sings”, de Father John Misty e o tema “Buffalo Turnpike”, uma música “mais hostil, do início e mais de improviso no sótão”, explica o vocalista.
“Gostamos de desafios, de viver o momento, por isso vamos tocar uma sem grandes ensaios”, foi a dica para o tema do segundo encore: “Sweet little Mary”, num concerto que terminou com o público a aplaudir de pé o regresso da banda no ano em que esta comemora o seu décimo aniversário.
No dia 11, o grupo atua na Casa Das Artes de Famalicão.