
Inspirado numa série de retratos que tirou noutra visita ao país e com algumas referências à azulejaria portuguesa, criou assim esta composição, que tem como símbolo máximo, "o olho, a íris, que é algo que nos humaniza a todos, que é um ponto em comum".
Neste mural, onde são representadas duas culturas distintas, o artista recorreu à técnica que tem vindo a utilizar em todo o mundo: "Consiste em trabalhar sobre as camadas do muro, tentado revelar algo que está invisível no muro. Há partes do muro em que se conseguem ver resquícios de murais que tinham sido pintados anteriormente. A ideia é tornar visível aquilo que está dentro do muro, que é a história deste local também, porque o muro tem várias camadas, viveu em vários momentos".
Esta peça, criada a partir da iniciativa da embaixada de Portugal e do Centro Cultural Português em Banguecoque, com o apoio do Instituto Camões e do Minor Group, foi inaugurada, na passada sexta-feira, 10 de fevereiro, no muro exterior da embaixada de Portugal, situada no terreno oferecido em 1820 pelo Rei Rama II.
O contemporâneo português, que começou por pintar paredes e comboios, é hoje um dos artistas com mais reconhecimento da arte urbana, tendo recebido o prémio personalidade, no ano 2015, da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal.