
Em entrevista ao VerPortugal, o mentor do projecto João Guterres, dono de uma empresa de distribuição de bebidas, conta que o Tinto surgiu na sequência da investigação feita para a criação do “Alma”, o gin que devera chegar ao mercado até ao final do ano. “O Tinto chegou primeiro por o processo de produção ser mais fácil. Não são necessárias tantas infusões e destilações como para os demais, nomeadamente para o Alma”.
Ligado ao sector de distribuição de bebidas há meio século e amante da investigação gastronómica, João Guterres, de 63 anos de idade, explicou que a ideia de produzir um Gin tinto começou há cerca de um ano e meio. “Sou amante da investigação e considero que criar uma bebida é como criar um prato gastronómico. Por isso, e aproveitando o facto de viver numa região em que a flora é rica, recolho um sem número de plantas e ervas aromáticas que aproveito nas minhas experiências. O Tinto nasceu assim ” – acrescentou João Guterres ao VerPortugal dando nota de que a pressão feita pelos mercados da Bélgica e França levou a que a entrega acontecesse antes da apresentação pública, agendada para Abril.
João Guterres quer deixar bem claro que o novo produto, único no mundo cumpre as regras exigidas para este tipo de bebidas. Os primeiros cinco mil litros entretanto produzidos já foram vendidos. Cada garrafa custa 29,80 euros. Mas o gin não vai desaparecer porque, refere João Guterres, “em maceração já estão os ingredientes necessários para a produção de mais cinco mil litros. E para produzir mais já estão a ser colhidos mais ingredientes”.
O novo gin está a ser produzido as instalações de uma empresa de Valença, licenciada para a produção de vinho. Ele investiu na aquisição da matéria-prima e criou dois novos postos de trabalho.
O Tinto Gin Premium tem 14 ingredientes na sua composição. Entre eles, o aneto, loureiro, nevêda, folha de Salgueiro, flor de sabugueiro", ervas de São Roberto, erva cidreira", Lúcia Lima, folha de eucalipto, o alecrim, alfazema, e o cítrico da casca da laranja verde, papoilas e amoras silvestres e perico, um fruto típico de Valença. "É um Gin muito peculiar e muito mais afrutado. É um Gin que apaixona mesmo as pessoas que normalmente não gostam. Pode ser servido como aperitivo ou digestivo", explicou João Guterres.
Quanto ao “Alma” que deverá chegar ao mercado nacional até ao final de 2015, João Guterres explica que neste momento está a ser ajudado por dois técnicos para que a bebida fique concluída o mais rápido possível. Esta bebida reúne na sua composição ingredientes vindos de todos os países de língua oficial portuguesa. De Angola, por exemplo, trouxe o Pau de Cabinda.
João Guterres aproveitou, ainda, o contacto do VerPortugal para divulgar que até ao final do ano deverá também publicar um livro de 2.500 páginas intitulado “Valença à Mesa: receitas com história”. O manual reúne relatos sobre as mais diversas investigações feitas no âmbito da Gastronomia, já que para além de estar ligado ao mundo da distribuição de bebidas, também faz parte da Confraria da Lampreia do rio Minho.