Monte da Bica: gin e vinho bebem o nome do monte que dá vida a este projeto alentejano

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O gin artesanal e os vinhos do Monte da Bica ganharam vida em Lavre, num Alentejo que inspirou e desafiou três empreendedores a apostarem neste projeto que pretende celebrar (e engarrafar) sabores e aromas daquela região.

O Bica Gin nasce de um desafio, de uma vontade, e da teimosia de dois jovens empreendedores – Paulo Martins, um cozinheiro de profissão e conhecedor dos botânicos e João Oliveira, um perito no seu conhecimento e paixão pelo Alentejo - que ao longo de dois anos pesquisaram, estudaram afinaram e testaram a receita que hoje tem um sabor especial. Receita esta que nasce da busca incessante pelos botânicos ideais e do romantismo de uma herdade alentejana centenária, propriedade de um dos sócios.

Nascido e criado no “Monte da Bica”, o gin, tal como o monte, foi buscar o seu nome à bica que ali existe há mais de 70 anos. «É deste monte alentejano que vêm muitos dos botânicos utilizados, e é desta bica que vem a água que foi a verdadeira fonte de inspiração deste inovador e desafiante gin artesanal.», afirma João Oliveira.

As fontes e barragens, os sobreiros, os pinheiros, os salgueiros, as tílias, as cearas, os cardos, as camomilas, o rosmaninho, as abelhas, o sol, o calor do verão e o frio do inverno foram as razões mais que suficientes para o que veio a seguir, a passagem para a agroindústria. E seguiu-se a necessidade de “cozinhar” a ideia final e concretizar o Bica Gin e, para isso, a máquina de destilação seria essencial para obter o resultado mais esperado.

Criado especialmente para a “Destilaria Monte da Bica” e desenhado pelos proprietários, com capacidade de 500l a banho-maria, aquecido a lenha numa fornalha em “tijolo de burro” e com lentilha de refluxo, o alambique é a peça fundamental para que o conceito se mantenha totalmente artesanal.

Só assim se consegue a pureza e a subtileza de um destilado, que desperta os cinco sentidos, numa relação simbiótica entre o homem e a máquina. E é desta harmonia entre os sabores do campo, a pureza água, a técnica da máquina e o saber do homem, que nasce o Bica Gin.

A par do gin, os vinhos são o mais recente desafio do Monte da Bica. Desta vez pela mão João Oliveira e do enólogo André Herrera, que colabora com o projeto desde 2016, e que é parte da história dos quatro vinhos que acabam de chegar ao mercado, com uma característica comum, a casta castelão que de início pensaram arrancar, e à qual acabaram por dar uma oportunidade. Que o castelão aproveitou!

Em agosto de 2016 a vinha não estava a amadurecer, e por isso começaram a tirar uvas para remover o castelão e, ao porem estas uvas no chão, viram uma segunda floração, as chamadas uvas netas, que vingaram e tiveram boa maturação.

Com isto, decidiram levar as netas, que foram as primeiras a ser colhidas e as primeiras a entrar na adega.

Mais tarde, em outubro, foi colhido o castelão, que mostrou um interessante requinte, que foi mote para arriscarem e seguirem em frente com este novo desafio. E afinal não arrancaram o castelão. E estavam escolhidos os nomes dos vinhos: os mais óbvios “Monte da Bica”, tinto e rosé, o “As Netas Chegaram Primeiro” e o “Afinal não arrancamos o Castelão”, que falam por si e contam a história de como nasceram!

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