Ripa: a gravata de madeira idealizada por jovens de Viana do Castelo

A ideia era surpreender num casamento para o qual tinham sido convidados. O que não sabiam nem nunca pensaram foi que a criação de uma gravata feita com restos de madeira e tecido se tornaria um negócio. Ana Rita Carvalho e Nelson Sampaio, dois jovens de Viana do Castelo. Ele ligado ao mundo do Design e ela Bióloga, são os mentores do projecto intitulado RIPA. Uma marca de gravatas feitas com desperdícios de madeira e tecido, totalmente produzida em Portugal.
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Em conversa com o VerPortugal, Ana Rita contou que em Agosto de 2014, Nelson Sampaio, 24 anos, queria levar alguma coisa diferente a um casamento para o qual tinha sido convidado. A ideia de levar uma gravata de madeira surgiu e foi concretizada com a ajuda de um carpinteiro. “Durante a festa, a gravata teve muito impacto. Quem lá estava perguntava como tinha sido feita, se a estávamos a comercializar. No fundo todos adoraram a ideia. Nós também e foi após a festa de casamento que decidimos desenvolver o projecto, fazer mais gravatas e criar a marca RIPA”.

Os dois desenvolveram a ideia, fizeram pesquisas, muitas experiências até chegarem ao produto final. Um mês depois, em Setembro do ano passado, a marca deu os primeiros passos e a em Novembro começou a ser divulgada na Internet.

Ana Rita explica ao VerPortugal que baseando-se em princípios e valores ecológicos, de sustentabilidade e protecção do ambiente, a marca de que é mentora em conjunto com Nelson Sampaio, pretende criar acessórios a partir do aproveitamento e valorização de matérias-primas e dar-lhes uma nova utilidade. No caso da RIPA, os materiais usados são fornecidos por indústrias de madeira e de têxtil de Viana do Castelo, que também ajudam na produção. Contudo, os acabamentos são manuais e feitos pelos mentores do projecto.

O nome da gravata tem tudo a ver com a estética do produto. São exactamente ripas de madeira que unidas compõem a gravata. As ripas de madeira são, depois, unidas com a aplicação de tecido na parte de trás e à volta do pescoço. Os pedaços de madeira são conseguidos em carpintarias da zona e podem ser de cerejeira, faia, mogno, pinho, sucupira ou wenge. “É o tipo de madeira usada que diferencia cada uma das gravatas, tornando-a única já que apenas é usado verniz como acabamento” – explica ao VerPortugal Ana Rita acrescentando que, por enquanto, os tecidos usados são apenas nas cores castanha, verde ou azul. As gravatas estão disponíveis em três tamanhos e custam entre 60 a 70 euros.

A primeira colecção é composta por cerca de uma centena de gravatas. “Não quisemos arriscar muito e, por isso, fizemos em pequena quantidade. Ainda restam algumas gravatas que podem ser adquiridas via online e numa loja em Oeiras que vende produtos de madeira” – acrescenta Ana Rita.

Já a pensar nos próximos produtos mas sem querer revelar os pormenores do que será colocado no mercado ainda em 2015, Ana Rita diz que tanto podem ser acessórios de moda como pelas de Design. Mas por enquanto, o feedback tem sido gratificante e as gravatas até já passaram fronteiras e rumaram até à Suíça.

Ana Rita pretende deixar bem claro que a RIPA é não só o nome da gravata criada mas também o nome do projecto de Design cujo princípio é o do reaproveitamento de materiais na execução de novos produtos que podem ser, por enquanto, encomendados por mensagem através da página do Facebook ou para ripa.geral@gmail.com.

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