Sonder People: a agência que não olha "às medidas" dos modelos

Frederico Castro, um jovem de 21 anos, está a mostrar ao mundo como o trabalho, empenho e dedicação são factores imprescindíveis para o sucesso do negócio. Cansado de passar os dias nos bancos da Universidade Nova de Lisboa, a estudar no curso de Gestão para possivelmente um dia não ter emprego na área, decidiu fazer uma paragem e começar a trabalhar com o pai na área da publicidade.
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Em entrevista ao VerPortugal, Frederico conta que foi ao trabalhar com o pai que começou a aperceber-se que muitas vezes havia clientes que pediam ‘real people’ para determinados anúncios e as agências de modelos não estavam preparadas para dar resposta na esmagadora maioria das vezes.

Pensou que poderia criar um negócio nesta área, uma agência de modelos diferente do que por norma se vê e onde o que conta é a estética, “as medidas”. Surgiu assim, há sete meses, a Sonder People.

Apesar de ainda ser muito jovem, a empresa já deu para recuperar o investimento feito. “Dinheiro esse que, depois de recuperado, foi novamente investido para melhorar a empresa. Nesta altura, a empresa já é o sustento de quem cá trabalha. Cerca de 12 pessoas. Algumas em part-time, outras em full-time, outras em estágios e, outras, que dão alguma ajuda” – refere Frederico Castro.

Ao VerPortugal, Frederico conta que a Sonder People é uma agência de modelos moderna. Uma agência que aposta na diversidade. Aqui os modelos não têm lugar nas habituais agências. São modelos de todas as idades, etnias, estilos. Gordos ou magros, mais altos ou mais baixos, mais bonitos ou mais feios. Todos têm lugar na Sonder People desde que apareçam clientes para que eles participem da elaboração dos anúncios publicitários que passam quer na TV que para os outdoors. 

Em sete meses de vida a Sonder People já agenciou cerca de 700 modelos.  “Mas há o desejo de, por mês, conseguir agenciar 400 pessoas”, acrescenta o mentor do projecto dando nota de que o agenciamento é feito através do “scounting” (captação). 

Frederico explica que quando um cliente, uma marca, pretende fazer um anúncio publicitário para divulgar um produto, por norma as produtoras de filmes e de “castings” começam a procurar as pessoas ideais: jovens, famílias, pessoas com talentos nas artes ou no desporto, nacionais de países específicos. É aqui que Frederico Canto e Castro entra: a agência que criou em Setembro de 2014 é especialista em nichos, em “real people” (algo como pessoas reais), cada vez mais requisitados pelo mercado publicitário que já não procura, apenas, os modelos tradicionais. É neste tipo de pessoas que cada vez mais se está a apostar para a publicidade. A prova disso é – segundo Frederico – o facto da Sonder People ter tido um aumento significativo de procura à qual, por vezes, é difícil dar resposta.

Para além de haver funcionários da Sonder People na rua a fazer captação, é norma os interessados chegarem à empresa para fazer inscrição. A forte aposta na divulgação junto das redes sociais também tem sido, para o mentor do projecto, uma mais-valia.

No decorrer da conversa com o VerPortugal, Frederico contou que por norma quem cá chega não quer ir embora. “Na Sonder People os modelos ficam presos pelo coração, pelos valores, e não pelo corpo escultural” – explica.

Em sete meses de vida a agência de modelos Sonder People já disponibilizou figurantes para diversos anúncios, quer em Portugal quer no estrangeiro, nomeadamente para a China, Estados Unidos da América, Japão, Noruega, Polónia, Angola e Canadá. Serve de exemplo o anúncio da Rubis Gás. Neste são dois os figurantes. Uma mãe e um filho. “O filho é nosso agenciado” - acrescenta. Outros exemplos são anúncios da Vodafone e da Sagres.

Quando se tratam de anúncios para o estrangeiro, Frederico refere que por norma estes são gravados cá em Portugal. São depois vendidos aos clientes estrangeiros.

Para 2015, Frederico já traçou os seus objectivos. Para além de pretender consolidar cada vez mais o negócio, a internacionalização é um facto a pensar. Até ao final do ano vai gerir a agência de Lisboa e estudar uma forma de abrir uma filial no Porto.

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