Ecobook: o caderno para escrever, apagar e reutilizar já viaja pelo mundo

Já diz o ditado que a necessidade aguça o engenho. E foi exactamente por necessidade que o jovem Pedro Lopes, de 18 anos, natural de Viseu, a frequentar o curso de Electrotécnica no Porto, decidiu criar um caderno que lhe durasse para sempre. Criou em conjunto com um amigo e uma empresa de Viseu o Ecobook, o caderno em que se escreve, se apaga e se reutiliza. A invenção, com cinco meses de vida, está a ter tanto sucesso que para além de já ter chegado a vários pontos do Globo, vai oficializar a internacionalização em meados do Verão.
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Em entrevista ao VerPortugal, o mentor do projecto, Pedro Lopes, explica que a ideia do negócio surgiu por necessidade. Estava cansado de escrever e apagar demasiadas vezes os cadernos da escola, quando ainda frequentava o 12º ano. “Nunca gostei de usar lápis, e com a caneta era muito complicado quando ocorriam enganos que não davam para apagar e era necessário rasgar a página do caderno” – disse ao VerPortugal.

À procura de uma alternativa que lhe permitisse escrever e apagar os exercícios tantas vezes quanto necessárias, começou a estudar num quadro branco, pendurado na parede do quarto de sua casa. A solução seria perfeita, não fosse a impossibilidade de levar o quadro para a aula para tirar as dúvidas com a professora ou o facto de ter de passar o tempo de estudo em pé. “Precisava de algo que pudesse levar para todo o lado. Comecei a procurar na Internet mas não havia nada. Por isso, decidi criar o meu caderno que desse para reutilizar” – acrescentou Pedro Lopes.

Movido pela necessidade, há cinco meses, começou, em casa, a pensar e a pôr em prática o protótipo do primeiro Ecobook. E foi com esse primeiro caderno que criou, muito rudimentar que resolveu pedir ajuda junto de uma fábrica de fabrico de cadernos, em Viseu, para aperfeiçoar o produto, produzi-lo e, porque não, vender. O quadro branco foi transformado num caderno com a mesma função mas que pode levar-se para qualquer lugar.

Para o projecto contou com a ajuda do pai, vendedor de profissão. Em conjunto criou  uma campanha de crowdfunding que deu o impulso inicial. Na campanha Pedro pedia 1250 euros. Mas conseguiu 2300. O dinheiro foi usado na primeira encomenda de Ecobook. Depois dos primeiros 150 cadernos, o dinheiro amealhado deu para a segunda encomenda e assim sucessivamente. “O projecto é sustenta-se a ele próprio e, para além do escritório de Viseu, a minha empresa está incubada na UPTEC fabricados em Viseu. "Produzimos os primeiros 150 cadernos, criámos a empresa e começámos a trabalhar em novos modelos."

O Ecobook já conta com cadernos de três tamanhos diferentes (A4 liso e pautado e A5 liso e o A6) e uma edição especial dedicada ao Dia dos Namorados (enfeitada com corações vermelhos), mas, Pedro quer inovar nos formatos bem como tem em mente a introdução de novos produtos.

Os cadernos são escritos a caneta e podem apagar-se as vezes que se quiser. Basta passar um pano húmido. Quanto aos materiais usados, Pedro diz apenas que “esses são o segredo do negócio que não posso revelar”.

Os cadernos estão à venda online e em diversas papelarias de Norte a Sul do País por preços entre os seis e os 11 euros. Esta semana entraram na FNAC e, já chegaram a Angola, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América e vários países da Europa. “A meio do Verão deste ano, conto oficializar uma parceria com um pais da Europa para que os Ecobooks passem a ser comercializados nesse pais que, por enquanto, não posso revelar o nome” – revela ao VerPortugal Pedro Lopes.

Resta dizer que em cinco meses de vida a Ecobook já vendeu mais de seis mil exemplares. “E quem os compra fica satisfeito porque não tenho recebido queixas” – conclui.

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