Pastel de Chaves torna-se produto com Indicação Geográfica Protegida

O Pastel de Chaves, um folhado de carne, foi considerado pela Comissão Europeia como sendo um produto com Indicação Geográfica Protegida. Desta forma, a tradicional iguaria do norte de Portugal, que começou a ser confeccionada em 1862, não pode ser imitada.
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Com o reconhecimento da Comissão Europeira, o processo longo e burocrático termina. Agora, estão abertas as portas para as mais-valias que a distinção possa trazer à meia-lua confeccionada com massa finamente folhada, recheada com um preparado à base de carne de vitela picada.

Os produtores do Pastel de Chaves estão convencidos de que o facto de ser proibido criar imitações da iguaria, o pastel vai ser valorizado e as exportações poderão aumentar.

Dadas estas garantias, o presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira reconhece à Rádio Renascença que “estão reunidas as condições para que possam surgir mais unidades de produção” e, ao mesmo tempo, “surja um maior investimento numa cadeia de distribuição”.  Segundo o autarca "a produção diária ascende a mais de 25 mil unidades, distribuídas por cerca de 30 unidades de produção, sendo que a maioria das pastelarias da cidade produz e vende o produto nas suas próprias instalações".

O autarca realçou à comunicação social a importância de a partir de “agora só o pastel produzido em Chaves poder ser vendido como Pastel de Chaves, o que é bom, porque assim se consegue fazer o controlo de qualidade”, fazendo votos de que a cidade saiba “promover e vender a marca e o produto”.

O pastel já não é só comercializado em Portugal. Em Chaves, a produção da iguaria na pastelaria “Momentos Carbela” já não se destina só ao mercado nacional. Entre outros países, o mercado de Inglaterra é destino regular do Pastel de Chaves.

Alguns produtores ouvidos pela Comunicação Social mostraram-se muito contentes com a distinção da Comissão Europeia. Apesar do processo ter sido demorado, quem produz o pastel, de acordo com a receita de 1862, poderá ter benefícios, nomeadamente a nível de exportações.

A história do pastel remonta a 1862. Na altura, uma vendedora percorria a cidade com uma cesta onde levava uns pastéis de forma estranha e cuja quantidade não era suficiente para saciar os flavienses. Com tal escassez, e para satisfação da gula transmontana, a fundadora da Casa do Antigo Pasteleiro terá oferecido uma libra pela receita de tão gostosa iguaria.

A medida vingou e perdurou na memória e no paladar. É uma especialidade tradicional, constituída por uma espécie de folhado finíssimo de carne de vitela picada no interior, com a forma de meia-lua, entre 12 e 14 centímetros, e com o sabor particular dos ingredientes da própria região. Cada pastel tem de ter entre os 60 e os 90 gramas. A massa deve apresentar, ao corte vertical, um conjunto de lâminas muito finas, o que lhe confere um aspecto firmemente folhado.

 

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