
Henrique Ferreira, fundador e administrador da empresa visitada pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, revela que esse showroom profissional será partilhado com "algumas das mais famosas marcas internacionais de artigos de luxo e equipamentos para a casa e decoração", mas realça que a aposta numa localização em França se deve "ao dinamismo desse mercado", sobretudo no que respeita à habitação de gama alta e ao setor hoteleiro.
"Estamos agora em condições de competir no segmento internacional do luxo", afirmou o empresário.
A estratégia de internacionalização da marca também passará, contudo, por Londres, onde o empresário se propõe reforçar os contactos personalizados com prescritores, arquitetos, designers de interiores e líderes de opinião das áreas de "homeware", hotelaria e turismo.
"Apesar do ‘Brexit', o Reino Unido é um mercado atrativo e com um efeito multiplicador relevante", defende Henrique Ferreira.
O objetivo da Desistart é que, até final do ano, o seu mercado possa aumentar de 12 para 18 países, assegurando às exportações da marca - que em 2016 representaram 1,2 milhões de euros e mais de dois terços da faturação global da empresa - um crescimento de 25 por cento ainda no exercício de 2017.
Às atuais vendas para Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Suíça, Inglaterra, Suécia, Angola, Itália, Canadá e Áustria a empresa quer assim acrescentar as destinadas a países como a Rússia, Estados Unidos da América, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Colômbia e Singapura.
Até ao final de 2018, a intenção é que as exportações passem a representar cerca de 90% do volume de negócios total da Desistart, que pretende ultrapassar os dois milhões de euros de faturação em 2020.
Essa estratégia surge no âmbito de um programa de investimento superior a 2,3 milhões de euros que foi concluído em 2016 com recursos a fundos do Portugal 2020 e visou a modernização, a expansão e o apetrechamento tecnológico daquela que Henrique Ferreira descreve como "uma das fábricas de tapeçaria mais avançadas do mundo".
O aumento da capacidade produtiva da Desistart obrigou, aliás, a que a unidade se transferisse há cerca de seis meses da freguesia de S. Félix da Marinha, no concelho de Vila Nova de Gaia, para Cortegaça, no de Ovar.
A mudança assegurou à fábrica "mais de 2.000 metros quadrados de superfície coberta", sendo que do aumento da sua capacidade produtiva resultou a necessidade de reforçar a estrutura de pessoal da casa, que cresceu de 21 para 33 funcionários.
A marca já se destacava por tapeçarias fabricadas segundo técnicas tradicionais de tufar (processo internacionalmente reconhecido como "hand tufted"), mas quatro teares semiautomáticos entretanto adquiridos reforçam agora a produção de tapetes de nós manuais ("hand knotted"), o que "aumenta a oferta da empresa num nicho de mercado de mais valor acrescentado e prestígio".
A aposta na inovação permitida pelos recentes investimentos da Desistart estendeu-se ainda a uma parceria criativa com a estilista Katty Xiomara, que para efeitos solidários concebeu um tapete para a marca e com as suas tapeçarias criou também vestuário já apresentado na Semana de Moda de Nova Iorque e na edição do Porto do Portugal Fashion.