Chapeleiros da Casa Real e alta-costura espanholas numa mostra em São João da Madeira

O Museu da Chapelaria, em São João da Madeira, inaugura no sábado uma exposição dos 'designers' Pablo Merino e Mayaya Cebrián, autores de chapéus e toucados para vários estilistas internacionais e membros da Casa Real de Espanha.
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A mostra intitula-se "Plabo y Mayaya", que é também o nome da marca dos dois chapeleiros, e integra o ciclo de exposições "Num contos de fadas - Da cabeça aos pés", com que o Museu da Chapelaria e o Museu do Calçado, instalados a poucos metros de distância entre si, se propõem dar a conhecer casos internacionais de empreendedorismo criativo nas duas indústrias que representam.

A direção do Museu da Chapelaria garante que a dupla espanhola é responsável por "uma das mais importantes marcas da indústria chapeleira" e goza de um "prestígio indiscutível" a nível mundial, exportando para países como Portugal, Angola, França, Itália, Alemanha, Bélgica, Grã-Bretanha, Japão e Brasil.

"Pablo Merino e Mayaya Cebrián são dois dos principais 'designers' espanhóis da atualidade, sendo conhecidos por adornarem com as suas peças algumas das cabeças mais importantes do seu país, como é o caso da rainha Letizia e dos restantes membros da Casa Real Espanhola", declarou fonte do museu.

"Deram os primeiros passos na indústria chapeleira nos anos 90, quando abriram o seu primeiro ateliê de alta-costura em Valladolid, e desde então percorreram um caminho singular, que os fez vencer o Prémio Nacional de Artesanato em 2009, pela experimentação aplicada no recurso a novos materiais e texturas, e também o troféu Dedal de Oro em 2015, que só é atribuído aos estilistas mais importantes de Espanha", realçou.

Atualmente, Pablo Merino e Mayaya Cebrián colaboram com estilistas como Andrés Sardá, Roberto Torreta, Pedro Morago, Mireya Ruiz e Ángel Schelesser, marcando presença regular em eventos como a Semana da Moda de Madrid e a de Barcelona.

"A capacidade de se adaptarem aos tempos modernos através de diferentes técnicas e conhecimentos permitiu-lhes construir um percurso sólido numa indústria cada vez menos valorizada", defendeu a direção do Museu da Chapelaria.

"Criaram assim um negócio que, por um lado, está totalmente dedicado à produção artesanal e personalizada, mas, por outro, beneficia de um rigoroso controlo de qualidade e dispõe de um sistema de distribuição tipo industrial", realçou a mesma fonte.

A inauguração da exposição "Pablo y Mayaya" estará patente ao público até 30 de setembro e é anunciada como "uma desconstrução do trabalho dos artistas e do seu percurso ímpar", recorrendo para o efeito a chapéus, toucados e trajes que melhor refletem "a essência e a alma dos dois criadores".

Entre as 78 peças em exposição incluem-se as da coleção "Alice no País das Maravilhas", que para o outono-inverno de 2010 e 2011 propunha toucados com orelhas a lembrar a Lebre de Março e o Coelho Branco, aplicações multicolores alusivas à Rainha de Copas e cartolas com rendas, laços e flores inspiradas no Chapeleiro Maluco.

Outra linha a conhecer no museu será a Schweppes Lemon Dry, que foi apresentada pela primeira vez no Open de Ténis de Madrid de 2013 e conjuga tons e materiais associados aos ingredientes da bebida que dá nome à coleção, propondo assim amarelos, verdes, turquesas e metalizados para tules, plumas selvagens e cristais.

Em antecipação da mostra, Plano Merino e Mayaya Cébriam participam na sexta-feira às 17:30 numa mesa-redonda dirigida a estudantes e profissionais do setor, empresários da indústria criativa e público em geral. O encontro obriga a inscrição prévia e irá analisar a dupla faceta da Moda enquanto indústria e expressão artística, pelo que os dois chapeleiros darão a conhecer o seu processo criativo, o seu percurso profissional e algumas experiências marcantes no mercado do setor.

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