Identificados fatores que estimulam reprodução do mosquito da malária

Um grupo de investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), da Universidade do Algarve, identificou os fatores que estimulam a reprodução no mosquito da malaria e concluiu que há algumas semelhanças entre este mecanismo e a repdorução humana. Os cientistas querem compreender o papel do sangue na reprodução do mosquito e com isso abrir novas perspetivas de estudo da malária.
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A malária é uma doença transmitida através da picada do mosquito fêmea do género Anopheles. Esta doença tem custos sócio-económicos elevados uma vez que não há cura e é difícil controlar as populações de mosquitos que a transmitem. A refeição de sangue adquirida pelo mosquito fêmea é essencial para estimular a maturação dos ovos que são fecundados pelos mosquitos macho.Como tal, torna-se importante compreender o papel do sangue na reprodução dos mosquitos pois isso pode abrir novas oportunidades para o controlo da doença.

Foi com este intuito, que os investigadores do grupo CEIB do CCMAR, em conjunto com o Instituto de Medicina Tropical, levaram a cabo um estudo financiado pela FCT para indentificar os fatores que estimulam a reprodução no mosquito.

O estudo agora publicado pelos investigadores, na mais recente edição da revista PLoS ONE, demonstrou que as alatostatinas tipo A (AST-A), e os seus receptores, parecem estar envolvidos na regulação do metabolismo, da alimentação e da reprodução após a refeição de sangue na fêmea.

Uma das surpresas do estudo foi o facto de que apesar da distância evolutiva entre o mosquito e o humano (superior a mil milhões de anos), em mosquitos e outros insetos os péptidos da família AST-A e os seus recetores são semelhantes ao sistema Kisspeptina (KISS),  que têm um papel essencial na regulação endócrina do sistema reprodutor em humanos e outros vertebrados.

O presente estudo veio evidenciar as AST-A e seus recetores como um novo alvo não só para controlar as populações de mosquitos transmissores de malária, mas também de outros insetos transmissores de doenças ao homem ou causadores de pragas.

Os cientistas concluem que face ao aumento da resistência dos insetos transmissores de doenças e insetos causadores de pragas a inseticidas, é necessário o desenvolvimento de novas estratégias para o seu controlo. 

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