Mafalda Agante: "quando conhecia um local novo, ia logo procurar a melhor pastelaria"

Licenciou-se em jornalismo e até trabalhou na televisão mas a determinada altura Mafalda Agante percebeu que queria fazer algo diferente por ter outras paixões, uma delas os doces. Decidiu, por isso, juntar doces a reportagens. Primeiro criou um blogue. Lá publicava diversas receitas, umas dela outras cedidas por diversos chefs. Volvidos alguns anos e dado o sucesso do blogue, Mafalda Agante decidiu lançar novas receitas num livro. Intitulado "Há alguém mais gulosa do que eu?", o livro está editado e já foi formalmente apresentado. O feedback está a ser excelente.
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O que a levou a escrever o livro?

As receitas de bolos são as mais lidas do blogue, bolos simples, mas que também são deliciosos e rápidos de reproduzir em casa. Não conhecia nenhum livro apenas com receitas de bolos e que tivesse estas características. Neste livro reuni 70 receitas de bolos que são para celebrar a vida, todos os dias (risos). Procurei ter receitas de bolos muito diferentes, mas com ingredientes que as pessoas costumam ter em casa, são bolos que se podem fazer ao longo de um ano, desde sugestões para bolos de aniversário, bolos para qualquer estação do ano, bolos para festividades, desde o Ano Novo, passando pela Páscoa, até ao Natal. Qualquer pessoa, mesmo sem um curso de pastelaria ou experiência, pode confecionar os bolos do livro, em pouco tempo e com as matérias-primas que normalmente temos na cozinha.

Quem lhe cede as receitas?

As receitas do blogue são divididas entre os "doces da Mafalda”, que são da minha autoria, e as receitas cedidas pelos chefs, que são publicadas com os devidos créditos. As receitas do livro são da minha autoria. Duas das receitas do livro são da minha mãe, mas não se importou de ceder as mesmas (risos)

Trocou o jornalismo pela gastronomia porquê? O que a levou a criar o blogue?

Não considero uma troca. Sou licenciada em jornalismo e trabalhei em televisão, até que juntei duas paixões: a reportagem e os doces. Tive a necessidade de criar um projeto meu, que fosse "a minha marca pessoal”, sou apaixonada por doces desde sempre, arrisquei bastante quando larguei outros projetos e decidi dedicar-me ao blogue sem saber o futuro do mesmo, agora sei que foi uma decisão acertada. A minha mãe contou-me recentemente que, em criança, eu "não descansava enquanto não conhecia os bolos todos que se vendiam nas pastelarias" (risos). E nunca fui incentivada a fazê-lo, pelo contrário. Lembro-me que quando conhecia um local novo, ia logo procurar a melhor pastelaria. Nos restaurantes era essencial que as sobremesas fossem de qualidade, os meus pais já sabiam que para mim era o "principal” da refeição. Já são muitos anos a provar doces (risos).

Para publicar as melhores receitas percorre mesmo as pastelarias e prova os doces?

Mostro a melhor doçaria em Portugal, em pastelarias, restaurantes e hotéis. As provas são essenciais para conseguir avaliar e falar sobre os doces que encontro. As receitas de chefs que publico no blogue não são de pastelarias, curiosamente as pastelarias não revelam receitas e/ou segredos, os chefs de restaurantes não se importam de ceder receitas.

Que tempo lhe ocupa esta atividade? É compatível com a outra atividade profissional?

É um trabalho a tempo inteiro. Não há uma folga, mas quando fazemos o que gostamos e gerimos o horário de trabalho, não existe tanto essa necessidade. Tive de deixar outros projetos, mantenho apenas o voluntariado na Associação Terra dos Sonhos, sou 'dream maker'. Realizo os sonhos de crianças e jovens institucionalizados ou com doenças graves e em fase terminal.

Antes de aconselhar um bolo, confeciona-o e prova-o?

São dois trabalhos diferentes. A parte de (a)provar um doce pode ser feita nos locais que visito, sobre os quais escrevo e são outras pessoas que confecionam. Os bolos que são confecionados por mim são todos testados e aprovados.

A Mafalda é mesmo muito gulosa?

Sou a pessoa mais gulosa que conheço e que os meus amigos conhecem. Alguns dizem que são mais gulosos do que eu, mas depois dizem que não comem doces todos os dias porque estão de dieta. Acho que ganhei (risos).

Qual a receita que mais lhe agrada?

As minhas receitas preferidas são as mais simples de confecionar. Se me perguntar as minhas sobremesas preferidas, algumas são difíceis de fazer, essas deixo para os chefs e depois faço as provas.

Para além de publicar a receita ainda fala da história do doce? Faz para isso alguma investigação?

Para as reportagens costumo fazer pesquisa antes de visitar um determinado local e realizo várias entrevistas, para perceber a história de um determinado doce e de quem dedica uma vida inteira à doçaria.

Qual a receita preferida dos seus seguidores? Qual o feedback?

Os bolos de chocolate normalmente não desiludem ninguém, não sei qual é a preferida dos leitores do blogue, mas a receita mais lida é de umas delícias de leite.

Já tem seguidores estrangeiros? De que países?

Sim. Estados Unidos, Brasil, França, Suíça, Alemanha…este é o top 5 de leitores estrangeiros.

No seu blogue tem outras áreas para além dos doces. Porquê?

Costumo partilhar artigos com os quais me identifico, com sugestões, entrevistas, reportagens. Todas as publicações têm de combinar com o principal do blogue: os doces.

Já recebeu elogios às receitas que aconselha? De qual gostou mais?

O feedback dos leitores do blogue tem sido muito positivo. Não consigo escolher um elogio, mas gosto de ler nos comentários que algumas receitas são feitas várias vezes pela mesma pessoa (e em pouco tempo), significa que gostaram mesmo do resultado e não resistiram a repetir.

 

 

 

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