“A Fábrica de Nada”: melhor filme do Festival de Cinema de Munique é português

Depois de conquistar o prestigiado Festival de Cinema de Cannes, em França, agora é Munique que se rende ao filme português realizado por Pedro Pinho e produzido pela Terratreme. “A Fábrica de Nada” foi a grande vencedora do Festival de Cinema de Munique, trazendo para casa o prémio de “Melhor Filme”.
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A competição divide-se em duas categorias: Cine Visions, que distingue as primeiras e segundas obras de realizadores, e que se traduziu num prémio monetário de 12 mil euros para o realizador português, e Cine Masters, que considera as obras de cineastas com um repertório que inclua mais de três longas-metragens.

“O júri considerou o filme um drama comovente, um musical peculiar, um documentário preciso e um ensaio desafiador”, disse a organização do festival em comunicado divulgado no sábado, de acordo com o Público.

“A Fábrica de Nada” é um filme com três horas de duração, que conta a história de um grupo de operários que tentam salvaguardar os seus postos de trabalho e evitar o encerramento de uma fábrica, através de um sistema de auto-gestão colectiva. Quando se apercebem que a administração está a roubar máquinas e matérias-primas, decidem organizar-se para impedir o deslocamento da produção. Como forma de retaliação, os patrões obrigam-nos a permanecer nos seus postos sem nada que fazer enquanto decorrem as negociações para os despedimentos.

O júri do Festival de Cinema de Munique ressalva que “em termos de conteúdo e estética, o filme usa as suas três horas sabiamente e de uma maneira altamente complexa”, acrescentando que esta é uma história “interpretada e filmada com empatia, mas sem nunca aludir a piedade barata”.

O filme é protagonizado por actores e não-actores e é assinado por Pedro Pinho, embora o enredo tenha sido criado em colaboração com Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro “A Fábrica de Nada”, de Judith Herzberg, por ele encenada.

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