Vestas: mundial da eólica escolhe Porto para instalar novo centro de engenharia

Entre 99 cidades candidatas, o Porto foi a escolhida pela Vestas para instalar o seu novo centro de projetos de engenharia. Pelo Norte, Portugal junta-se assim ao Reino Unido, à Noruega, à Alemanha, à Índia e à Dinamarca, onde está a sede global da empresa, na frente de centros de Investigação e Desenvolvimento desta multinacional do setor eólico.
Miguel Nogueira:
    Miguel Nogueira

A futura estrutura, que irá desenvolver tecnologia de base para o portefólio de produtos da Vestas, empregará pelo menos 80 pessoas até o final de 2017 e centenas de engenheiros quando entrar em funcionamento pleno, em 2020.

Durante a inauguração dos seus escritórios no Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (UPTEC), a Vestas apresentou os critérios por que escolheu o Porto, onde encontrou a "combinação perfeita" de quatro pilares: "acesso aos talentos certos" nas áreas elétrica, mecânica e de engenharia de software; proximidade a universidades e polos de investigação "de elevado padrão"; ambiente facilitador do negócio; e apoio local.

Para o presidente da Câmara, a escolha da cidade pela Vestas, "uma vitória para Portugal", reflete, de facto, "quase tudo acerca das potencialidades" que hoje se reúnem na região. De tal modo que, do ponto de vista da atração de investimento, "começa a ser normal os dias serem importantes" no Porto.

"Temos para atrair investimento uma cidade moderna, confortável, inovadora, interessante, muito segura e, sobretudo, temos conhecimento" - disse Rui Moreira nos escritórios da Vestas no UPTEC, frisando que este ambiente favorável vem-se traduzindo na localização de grandes projetos no Porto. Critical Software, Euronext e Banco Natixis são exemplos, entre "muitos outros", de uma dinâmica que torna 2017 num ano "particularmente grato" nesta matéria, mostrando que a cidade "entrou definitivamente no mapa dos investidores internacionais".

Tecnologias da informação, áreas da Engenharia, setores da Saúde, Biotecnologia ou Agroalimentar, entre outros, revelam a diversidade de "atividades de valor acrescentado que estão a mudar a cidade e a contribuir para uma alteração estrutural do seu padrão de especialização, criando emprego e revitalizando o seu tecido económico". Nesta transformação urbana, lembrou o autarca, contam todos. Como realçou, o município surge no processo de atração de investimento, via Invest Porto, como "apenas um dos instrumentos" de apoio à iniciativa privada que acrescenta valor à região em termos sociais, económicos e da inovação.

Sob este enquadramento abrangente, concluiu Rui Moreira, o investimento da Vestas é "um dos mais significativos, não só pelo impacto no emprego qualificado da cidade, mas também por vir a criar um profundo impacto numa área em que o país fortemente aposta há já vários anos - o das energias renováveis, nomeadamente, da produção de energia eólica".

Como disse o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, presente na inauguração, "a Invicta sempre demonstrou estar à altura para agarrar as oportunidades e as tendências do desenvolvimento". Também por isso, Jorge Magalhães, vice-presidente da Vestas em Portugal, é categórico: "Não temos dúvidas que esta será uma das melhores equipas técnicas do mundo no ramo do desenvolvimento de produtos eólicos".

Com este investimento, a Vestas quer afirmar a sua liderança no mundo e a "ambição para reduzir o custo da energia mais rapidamente do que qualquer outra empresa no setor de energia eólica", ressalva o seu vice-presidente executivo e diretor de Tecnologia, Anders Vedel.

Para a instalação do futuro Centro de Projetos de Engenharia, que irá funcionar como uma plataforma independente no universo Vestas, estão a ser avaliados, atualmente, "diferentes locais na região do Porto", informa a multinacional. Em causa está um investimento que pode chegar aos 10 milhões de euros.

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