Aly John: Guimarães serve de berço aos jeans que duram duas gerações

Não foi só em Guimarães que nasceu Portugal. Lá, na cidade berço, nasceu também a Aly John. Uma marca de jeans cujo objetivo dos mentores é fazer com que um único par dure...duas gerações. E o sucesso parece ser já um dado adquirido porque a marca já está devidamente internacionalizada sendo que o Reino Unido e a Alemanha são os principais clientes. O futuro? Esse passa, segundo a administração da empresa detentora da marca, pela customização online.
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Bom, mas vamos rumar às origens. Não de Portugal. Da Aly John. Corria o ano de 1974 quando Miguel Lamosa, fundador da marca vestiu, pela primeira vez, umas calças de ganga, ou melhor uns jeans. Nessa altura - conta o empresário ao Jornal Económico - eram poucos os que comercializavam em Portugal. "Os que havia eram básicos, sempre com o mesmo fiting e corte. E eu queria mais. Pedi ajuda a dois tios alfaiates, para que me ajudassem a costurar um par de jeans só meus. Nesse dia apaixonei-me pela arte de fazer calças de ganga, até hoje", disse o criador.

Manuel Lamosa aprendeu as técnicas dos artesãos, viajou pelo mundo e voltou inspirado. “Espanha, França, Inglaterra, Tailândia, Angola, Moçambique, mas foi Itália o que mais me marcou. Lá tive a oportunidade de ver grandes costureiros em ação, isso fez-me crescer como profissional e respeitar ainda mais a arte da costura”, disse ao mentor do projeto ao Jornal Económico.

Mas foi o ano passado, em que a Aly John, uma marca de luxo de jeans, foi apresentada sendo que a primeira ideia foi a de contrariar a fast fashion. “Os jeans da marca são de valor acrescentado, mas é o valor justo e necessário para conseguirmos confecionar jeans de qualidade. O detalhe, a minuciosa, a precisão de cada costura é algo que se desenvolve com tempo e sem pressas porque nos dedicamos a cada jean de forma individual. Por isso decidi dedicar-me a uma marca de jeans de qualidade, para combater uma lacuna desenvolvida pela industria fast fashion, mas também para dar a oportunidade às consumidoras de terem uma opção de qualidade e ao mesmo tempo sustentável”, lê-se no Jornal Económico

Mas como surgiu o nome da marca. Bem, o mentor explicou que "a Aly John surge do entendimento e consenso entre duas gerações de Lamosas: o pai Manuel (que na sua juventude ganhou a alcunha de Aly e o filho João (John).  Com a visão e colaboração do meu filho mais novo, a Aly John começou a ganhar mais estrutura. Começámos a trabalhar na ideia com mais afinco em meados de 2014, definindo qual a estratégia e a melhor forma para lançar este projeto”.

É, no entanto, com o filho que Miguel Lamosa partilha algumas ideias. A esmagadora maioria delas são colocadas em prática. Uma boa forma - refere - de trabalhar em equipa. E a inspiração? Ah! Essa vem de um filme, uma música, um livro e...sobretudo de todas as mulheres. Até porque a Aly John uma marca para mulheres.

Inicialmente a marca para nascer teve um investimento de 150 mil euros. A maior fatia foi gasta no desenvolvimento de protótipos, e na primeira e segunda cápsula, que será lançada em breve. O dinheiro serviu ainda para a contratação de recursos humanos e a comunicação.

Para a marca de Guimarães o mercado mercado internacional é uma prioridade. A maior parte dos jeans são vendidos em Portugal, Alemanha e Reino Unido. Mas como considera que é customização online é o futuro, Miguel Lamosa diz que é por aí que quer levar a marca que tem uma equipa constituída por sete elementos. Três deles (Fernanda Lamosa, Conceição Mendes e Filipa Freitas) dedicam-se ao atelier. Os outros quatro dedicam-se à organização, planeamento e comunicação da marca.

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