Portugal é o terceiro maior produtor de bicicletas da Europa

Portugal é o terceiro maior produtor de bicicletas na Europa. Em 2014, foram produzidas no País mais de 1,6 milhões de unidades. As exportações chegaram aos 315 milhões de euros.
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Portugal chegou ao pódio europeu da produção de bicicletas. Em 2014, com mais de 1,6 milhões de unidades produzidas e exportações a chegarem aos 315 milhões de euros , só Alemanha e Itália estiveram à frente. Uma meta que já se desenhava desde 2011, altura em que a produção do setor passou a crescer uma média 10 por cento ao ano. É este, aliás, o crescimento que se espera para 2015. Como resposta a esta evolução a ABIMOTA, associação que representa o mercado, apresenta duas iniciativas – Portugal Bike Value e Cluster da Mobilidade Suave – que, em conjunto, visam essencialmente alargar a fronteira tecnológica das empresas, promovê-las internacionalmente ecaptar Investimento Direto Estrangeiro.

A iniciativa Portugal Bike Value apresenta à indústria das bicicletas todo o potencial do País, onde este setor nunca deixou de funcionar, ao contrário do que aconteceu em vários outros países da Europa. Portugal dispõe de um cluster organizado com um grande número de produtores de componentes para bicicletas que, além de uma capacidade de resposta flexível e de qualidade, integra ainda capacidade industrial para novas necessidades e tendências do mercado, nomeadamente o uso de fibra de carbono, microtecnologias, ferramentas, mobilidade elétrica e Tecnologias de Informação”, explica Paulo Rodrigues, secretário-geral da ABIMOTA – Associação Nacional dos Industriais de Bicicletas, Ciclomotores, Motociclos e Acessórios.

O responsável acrescenta ainda que “desde que lançámos este projeto, o número de propostas de investimento internacional de países como Espanha, Canadá, Taiwan, China e EUA aumentou. As abordagens visam essencialmente recolher informações sobre competências dos potenciais fornecedores, condições para arrendar ou construir novas instalações em Portugal, legislação, entre outras”. Se todas estas intenções se materializarem em projetos concretos poderão ser criados “entre 750 a 800 novos empregos diretos, mais de metade do que estimamos que exista atualmente e  mais que o setor automóvel perspetiva”. 

Certos são já três novos investimentos – um espanhol e dois nacionais. Depois da decisão da Orbea de encerrar a sua fábrica na Ásia e ampliar a operação em Portugal (possui instalações em Oliveira do Bairro), a RTE aumentou a sua unidade em Gaia e a Rodi, a Miranda e Irmão e a Ciclo Fapril uniram-se para criar a Triangles e produzir quadros em alumínio para bicicletas, devendo a construção arrancar no próximo mês em Águeda. "Estes novos investimentos, no valor de 35M€, permitirão criar 400 novos postos de trabalho diretos”, afirma Paulo Rodrigues. O secretário-geral da ABIMOTA acredita, aliás que, em 2018, será possível duplicar o valor das exportações em relação a 2011, para 450 milhões de euros.

De referir ainda que a iniciativa Portugal Bike Value conta com o apoio das autoridades públicas, fortemente alinhadas nas necessidades de Re-Industrialização do país e de criação dos chamados green jobs, sobretudo no que diz respeito a impostos e procedimentos para a instalação de empresas estrangeiras.

Cluster submete candidatura de 4,2 milhões de euros ao Portugal 2020

Interdependente, consequente e subsequente da iniciativa Portugal Bike Value, está a agregação de 37 empresas a operar no país e de 19 entidades no Cluster da Mobilidade Suave.

“A adesão das entidades excedeu largamente as nossas expetativas, o que só demonstra o potencial de crescimento deste setor. Há um reconhecimento por parte das empresas das vantagens de estarem agregadas, nomeadamente do funcionamento em rede e de uma dinâmica de eficiência coletiva”, explica Paulo Rodrigues.

Os objetivos principais passam por alargar a fronteira tecnológica da indústria, através do desenvolvimento de inteligência competitiva e de soluções de I+I&D, pela aposta e promoção em novos materiais, produtos e negócios ligados à mobilidade suave, e pela promoção de soluções de mobilidade integradas nas Smart Cities.

Para colocar este plano de ação em prática, a ABIMOTA, representando o cluster, apresentou recentemente candidatura a fundos da estratégia Portugal 2020, no valor de cerca de 4,2 milhões de euros.

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