
"É uma contribuição preciosa para prosseguir a minha carreira nesta área, adquirir independência e estabelecer o meu próprio grupo de investigação no futuro. Acarreta também um sentimento de grande responsabilidade, uma vez que o financiamento é assegurado através das contribuições de (ex-)doentes, familiares e outras pessoas que se dedicaram a esta causa", afirma Noel de Miranda, agora investigador no Centro Médico da Universidade de Leiden (Holanda), em comunicado remetido ao VerPortugal.
A sua investigação tem como principal objetivo o desenvolvimento de estratégias que estimulem o sistema imunitário de doentes com cancro colo-rectal de forma a que as células tumorais possam ser identificadas e eliminadas pelo mesmo. O sistema imunitário tem a capacidade de reconhecer proteínas anormais produzidas pelas células tumorais. Contudo, nos pacientes, nem sempre se verifica uma resposta imunitária competente durante o desenvolvimento de cancro colo-rectal.
O estudo propõe, assim, utilizar as proteínas que se encontram modificadas nas células tumorais para estimular uma resposta imunitária contra as mesmas, algo semelhante ao que é feito através da vacinação contra certas doenças. “Para isto ser possível, o material genético de cada cancro/paciente tem de ser analisado através de técnicas de sequenciamento avançadas de forma a determinar que proteínas podem ser usadas para potenciar respostas imunitárias num contexto de medicina personalizada”, esclarece o ex-aluno da Escola de Ciências da UMinho.
Noel de Miranda, 33 anos, é natural da Póvoa de Varzim. Depois da licenciatura em Biologia Aplicada na Escola de Ciências da UMinho, ingressou no Centro Médico da Universidade de Leiden (Holanda) para desenvolver um doutoramento relacionado com o cancro colo-rectal. Realizou um pós-doutoramento no Instituto Karolinska (Suécia). É investigador no Centro Médico da Universidade de Leiden, onde se dedica ao estudo de genética e imunologia em cancro colo-rectal. Já publicou 27 artigos em revistas científicas internacionais.