
Foi a primeira vez que se estudou toda a enorme estrutura (cerca de 18 mil átomos) do que podemos chamar "o motor de arranque da máquina da fotossíntese”, recorrendo exclusivamente à Mecânica Quântica.
Os resultados da pesquisa, já publicados online, e que serão a manchete de uma próxima edição da revista Physical Chemistry Chemical Physics (PCCP: http://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2015/cp/c5cp03392f#!divAbstract), são importantes para "perceber como a Natureza resolveu o problema de captar e utilizar a energia do Sol. E fê-lo de uma forma extraordinariamente eficiente... muito melhor que os atuais painéis fotovoltaicos" - avança o coordenador da equipa portuguesa, Fernando Nogueira.
Neste estudo, os investigadores identificaram, através de um cálculo sem precedentes, quem faz o quê nesta gigante e intrincada espécie de rede de clorofilas. "Só uma molécula de clorofila tem o papel principal na estrutura do fotossistema. Todas as outras funcionam como 'antenas' de captação de energia, transferindo-a de imediato para a molécula central que é onde se dão os passos seguintes do processo" - relata o especialista em Física Computacional da UC.
A forma como se processa a transferência de energia para o centro da reação é ainda um enigma para os cientistas e, por isso, "perceber como é que estas antenas transmitem a energia para a molécula central do fotossistema é o próximo passo da investigação. Recolhemos uma enormidade de informação que é necessário destrinçar" - afirma Fernando Nogueira.