Afonso Bag: concursos televisivos são um "universo com o qual não me identifico"

Não se identifica com os concursos de música televisivos. Por isso, apesar de ter feito uma inscrição para um casting não participou. O jovem cantor e compositor Ricardo Henriques criou o projeto Afonso Bag. É sob este pseudónimo que, de mãos na guitarra, dá voz às letras que lhe saem da alma para o papel. Para vencer no mundo da música é preciso agradar ao público e, sobretudo, fazer uma boa divulgação. Por isso aderiu à plataforma Pinstage, para se promover enquanto artista.
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Como nasceu o projeto Afonso Bag?

Na realidade, o projeto foi nascendo. Desde que comecei a tocar guitarra surgiu, em simultâneo, a vontade de escrever canções.  Tanto assim foi que dois dos temas que integram o álbum “Vagar”, recentemente lançado, tem já uns bons anos. De forma 'oficial', só em finais de 2012 decidi abraçar um projeto a solo e ai surgiu Afonso Bag. Um projeto que conta com o apoio da Pinstage para divulgar a atividade.

Afonso Bag é um pseudónimo. Porque atua Ricardo Henriques desta forma?

Por uma questão de gosto. Adoro o nome Afonso e considerei, na altura, que funcionaria melhor como nome artístico. Aliás é também por Afonso que a maior parte dos amigos e conhecidos me trata há alguns anos. O "Bag" surgiu como uma necessidade de adicionar um segundo nome que reunisse no todo uma fonética e estética que me agradasse e que tivesse sentido. O sentido de viagem que imprime, como o de transportarmos algo connosco, no meu caso as canções, a música, fez dele a opção tomada.

Que formação musical tem Ricardo Henriques? 

Tive as primeiras aulas e dicas de guitarra através de um amigo Nuno Ribeiro (Canina). Ainda me recordo de a determinada altura receber, via correio, algumas tablaturas de músicas escritas por ele para eu tocar. Mais tarde tive aulas de guitarra na escola NasceMúsica, em Alverca. O professor de música António Cobra e a professora de canto Elizabete Teixeira também me ajudaram bastante com as aulas ministradas. Neste momento estou a pensar voltar a estudar. 

Antes de criar o Afonso Bag participou noutros projetos musicais? Sempre participou na composição das músicas?

Já estive envolvido em vários projetos. Alguns deles nunca saíram da garagem. Recordo, contudo, um dos projetos intitulado "Low Beats & Experiencias”. Ingressei neste a convite do mentor e amigo David Santos. Foi com ele que comecei a tocar ao vivo. Algum tempo depois resolvi criar um projeto de versões ou das ditas "covers". Um projeto partilhado com Diogo Spínola (meu primo). Recentemente e a convite de outro amigo, o David Almeida, estive envolvido no projeto "A2 Project". Sempre compus e fiz parte do processo criativo em todos eles. Nuns mais do que noutros. No caso de "Afonso Bag" acabo por ter essa tarefa (compor, escrever e cantar), acrescida, por assim dizer.

Qual o estilo musical de Afonso Bag?

É o que lhe quiserem chamar. São canções, música. Mas percebo a sua pergunta. Por uma questão de fácil comunicação sobre algumas características do projeto, como neste caso, optei por identifica-lo como Pop e World Music. Parece-me que assim faz mais sentido.

Esta é a única atividade profissional que desempenha?  

Não é a única atividade. Para além da "música tocada" exerço atividade profissional na área da venda de instrumentos musicais, faço trabalhos como Luthier e ministro aulas de guitarra. Também me dedico a trabalhos de Ilustração/Desenho, área em que tirei o curso tecnológico de Arte e Design.

Qual o seu tema musical preferido? 

Não tenho um tema favorito. Isto parece 'cliché' o que vou dizer a seguir mas é na realidade verdade: todos eles me dão gozo, cada um à sua maneira.

Em que se inspira para escrever? Pretende passar alguma mensagem? 

A inspiração vem com as vontades da alma. Acabo por não seguir uma regra. Acho que passa por uma questão de vivências e de escrever sobre algumas delas por mim mais sentidas. Apesar de em uma ou outra música se poder sentir algum inconformismo com algumas situações que nos rodeiam a nível mundial, acabam sempre por se tornar desabafos meus.

A nível de concertos, como tem sido a vida de Afonso Bag? 

Tem sido gratificante. Acabo por não ter, por assim dizer, "o meu lugar no mercado" com este projeto mas não tenho parado desde que lancei o álbum. Também por alguma insistência da minha parte. Tenho tido boas reações no geral, tenho aprendido com outras. Basicamente tem sido bom.

 Já participou em algum concurso televisivo para o ajudar a vingar de forma mais fácil no mundo da música?

Enviei há alguns anos uma mensagem para um concurso do qual já nem me recordo do nome, para participar num casting. Acabei por não participar uma vez que toda aquela situação não fazia sentido para mim. É um universo com o qual não me identifico e, por isso, não participo.

O que sente quando sobe ao palco? O que transmite ao público? 

Algum nervosismo e excitação, o que apimenta as coisas e deixa tudo muito vivo e permite ter um gozo maior do momento. Em relação ao que transmito ao público, é uma boa pergunta a ser feita ao mesmo...

O que lhe transmite o público?

O público esse inicialmente transmite aquela sensação de responsabilidade da nossa parte para com eles, ou seja, o de dar um bom concerto. Mas ao longo do mesmo a partilha de sentimentos o envolvimento que vai surgindo entre as partes vai atenuando essa responsabilidade exagerada que por vezes poderemos sentir. Ao ser atenuada essa responsabilidade, o momento vai-se tornando mais mágico.

Quem é, afinal, Ricardo Henriques? 

Um puto igual a tantos outros.

O que falta, em seu entender, na música portuguesa?

Falta afirmar um circuito de música ao vivo que seja sustentável e que possa criar melhores condições para músicos, público e até para as salas e casas se espetáculos. Sobretudo falta apimentar a todos nós, público, a vontade de querer ouvir coisas novas e ter essa mente aberta com a vontade de querer conhecer. Na minha perspetiva, tal feito vai automaticamente possibilitar e desenvolver esse circuito. A vontade massiva de querer ouvir “covers” ou versões não irá ajudar a tal.

Os próximos espetáculos são onde?

Vou atuar, dia 25 de setembro, a solo, no Tradicional Bar na Sé, em Alfama, Lisboa. Depois, dia 3 de Outubro, vou atuar no Animateatro, no Seixal. E, dia 7 de Novembro vou estar na Garagem da Graça, na Graça, em Lisboa. Apareçam...

 

 

 

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