Hellen'Art, porque o mundo das artes também pode ser investigado com paixão, alma e criatividade

Helena é a pessoa mais simples do mundo. Marcada pela vida, cheia de sonhos, sempre à procura de ir mais além e fazer mais. Alguém que valoriza acima de tudo as pessoas, os sentimentos, a alegria e a vontade de crescer e aprender. Alguém que busca momentos de felicidade, com um espírito inquieto por criar, insaciável por natureza. Como dizia o meu mestre - Menina, é muito fácil gostar de você. Você é feliz com tão pouco! - Helena é feliz com um sorriso apenas. Foi por isso que esta jovem alentejana (Évora) decidiu trocar a Investigação Social pela Arte. E o resultado foi? Tem de ler o que ela disse ao VerPortugal, em entrevista.
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Como é que alguém licenciada em investigação social se liga ao mundo das artes?
É muito fácil e muito simples. Acontece quando a arte está na nossa essência, quando se segue a vocação e quando se percebe que na vida apenas faz sentido produzir o que realmente se faz com a alma... e só assim somos NÓS verdadeiramente, completos e realizados.

Já pinta/desenha há muitos anos?
Posso dizer-lhe que desde que tenho memória. Desde que comecei a ser capaz de segurar o lápis ou o pincel. Lembro-me sempre de olhar para qualquer desenho e ficar fascinada, de uma sentir uma vontade imensa de o reproduzir, de pensar como chegar às cores e aos efeitos. Mais a sério e como profissão, há 21 anos.

Onde estão guardados esses desenhos/pinturas?
Estão todos guardados como algo muito precioso como deve calcular. Os primeiros estão expostos no meu atelier e os restantes estão com os meus pais. Mas todos eles estão visíveis, nunca foram fechados no baú das recordações. Posso sempre vê-los... basta olhar.

Algum deles é especial? Onde está?
É especial o primeiro que considerei como quadro: feito em papel, colado em platex pelo meu pai e colocado na parede. Foi a primeira vez que olhei para uma parede e senti que aquele trabalho era meu e estava ali para o mundo ver. Esse desenho está hoje no meu atelier.

Costuma dizer-se que o atelier é o espaço onde o artista sonha e a obra nasce. É assim para si? Que relação tem com o seu atelier?
É mesmo assim. O meu atelier é um espaço muito especial. Sonhado e muito desejado. É o meu pequeno mundo. Cada pormenor, cada canto e recanto foram muito bem pensados. Tudo foi feito à minha imagem, cada pedra, cada queda de água... Tem imensas energias positivas, é a minha força, a minha inspiração, o meu confidente. É aqui que choro e que rio, é o palco de todas as emoções e estados de alma. É aqui que tudo nasce.

Costuma fazer exposições? Com que frequência? Quantas já fez, onde e sob que temas?
Sim, costumo. Não tantas quanto gostaria porque os meus trabalhos são maioritariamente encomendas, o que me condiciona um pouco. A frequência das exposições acaba por depender um pouco dessas encomendas e da gestão que faço do meu tempo. No meu atelier procuro ter sempre exposições permanentes para quem me visita. Tenho também uma exposição neste momento numa galeria no Algarve que acaba por ser uma mostra da versatilidade do meu trabalho.

Costuma efetuar trabalhos por encomenda para eventos? Quais?
Sim, claro. Para eventos sociais, inaugurações de espaços públicos e particulares. Trabalho muito na área da decoração. Faço a simbiose entre a identidade de um espaço, os elementos decorativos existentes e o que a pessoa em questão pretende, a sua personalidade, os seus estados de alma. Crio pinturas e apontamentos artísticos quer em mural, quer em tela, todos eles com impacto, que acrescentem vida, luz e emoções.

Que tipo de trabalhos lhe dá mais gosto fazer?
Sem dúvida que é a pintura mural. É algo imponente, de uma grandeza imensa e de uma riqueza de sentimentos sem igual. Adoro as escadas, os andaimes (risos). Coloco tudo de mim nos meus trabalhos, cada pincelada é carregada de paixão.

Que feedback tem por parte de quem aprecia a sua obra ou lhe encomenda trabalhos?
O feedback felizmente é fantástico! Cada cliente é alguém com quem partilho um projeto, as minhas ideias, a minha inspiração, a minha sensibilidade. Acaba sempre por ficar uma relação especial. É um querer comum. É sempre muito de mim que fica com eles!

Em que se inspira para pintar? Fez formação para poder pintar?
Sabe, para quem respira arte, tudo é inspirador. Não é fácil explicar isto (risos). Inspiro-me na magia da vida, na possibilidade que ela me dá de olhar à volta e contemplar cada pormenor, cada momento. Agradeço todos os dias o dom de poder, com um pincel e tintas, reproduzir o que de mais belo existe e o que de mais surreal a minha imaginação constrói. Inspira-me um raio de sol, a luz da lua, as cores do céu... Inspira-me o mar, a terra, uma pedra, uma árvore seca, uma casa em ruínas... Inspira-me os tons quentes do fogo, a chuva, um sorriso, uma lágrima. Inspira-me o amor e a alegria, a luz.  Sim, fiz imensas fomações em desenho e pintura.

 Esta é a única atividade que exerce?
Sim, dedico-me exclusivamente à pintura, à arte.

Quer destacar algum dos seus trabalhos? Porquê?
Quero sim. Um trabalho que surgiu após uma fase muito difícil da minha vida, o momento em que travei a maior batalha que o ser humano pode ter, lutar entre a vida e a morte. Momento esse que me tornou sem dúvida uma pessoa diferente, melhor. Muito mais agarrada à vida e a valorizar o que realmente tem valor. 

Algures lê-se que ofereceu um dos seus trabalhos. Porquê?
Sim, o trabalho de que falámos anteriormente. Ofereci a quem comigo lutou e me trouxe de volta à vida. Falo de um médico, um homem de uma grandeza enorme. Porquê? Porque foi a forma mais intensa de significado que encontrei para que em silêncio, sem palavras, pudesse dizer OBRIGADA!

O que tenta passar para os seus alunos?
Aos meus alunos quero essencialmente incutir-lhes o gosto pela pintura enquanto forma de expressão, enquanto janela aberta às emoções. Quero fazê-los sentir que pintar é uma entrega total, é deixar fluir o pensamento e libertar a mão. Tento que se apaixonem por algo que é uma descoberta constante. No fundo, a pintura nada mais é que uma ilusão, são apenas milhares de pinceladas, de cores misturadas. Quero que todos eles levem de mim memórias e ensinamentos de muita sensibilidade e a certeza de que com empenho e dedicação tudo é possível. Uma tela pintada com paixão passa sempre uma mensagem. 

Os seus trabalhos já passaram fronteiras?
Sim, felizmente já tenho o meu trabalho além fronteiras.

Projetos para este ano?
Projetos tenho imensos. Muitas solicitações. Posso destacar trabalhos de pintura mural muito ambiciosos já agendados, nomeadamente na Quinta do Lago no Algarve. Vou ter uma exposição muito especial integrada num evento que vai decorrer dia 28 de Outubro no Pátio da Galé, o Tea Fashion Time cujo tema são os chás do mundo. Vai ser uma exposição sensorial em que cada tela com a paisagem de um país vai ser acompanhada pelo sabor e pelo aroma do chá desse mesmo local. Tenho também telas muito interessantes em mãos. Enfim, estou sempre em permanente processo de criação.

Quem é afinal Helena?
Helena é a pessoa mais simples do mundo. Marcada pela vida, cheia de sonhos, sempre à procura de ir mais além e fazer mais. Alguém que valoriza acima de tudo as pessoas, os sentimentos, a alegria e a vontade de crescer e aprender. Alguém que busca momentos de felicidade, com um espírito inquieto por criar, insaciável por natureza. Como dizia o meu mestre - Menina, é muito fácil gostar de você. Você é feliz com tão pouco! - Helena é feliz com um sorriso apenas.

O que pretende transmitir com os seus trabalhos?
Eu procuro tocar as pessoas, transmitir uma mensagem, levá-las a pensar, a sentir, a fazer perguntas e a procurar respostas. Despertar sensações e emoções. É fantástico quando percebo que determinado trabalho provocou um sorriso ou uma lágrima. É maravilhoso poder dar a alguém momentos de prazer, de cor e de luz.

Quem a tem apoiado sempre?
Sem dúvida, e desde sempre, o apoio incondicional dos meus pais. Também dos meus filhos, dos amigos e clientes que valorizam o meu trabalho e fazem questão de o ter exposto nas suas casas e de o divulgar. Dos meus alunos recebo sempre uma palavra de incentivo. Do meu grande mestre, Professor Camol d'Évora, um homem sábio e encantador a quem devo quase tudo o que sou enquanto artista. De uma grande amiga que quis o destino juntar-nos e que sempre acreditou em mim, no meu talento, e que tem sido fundamental no meu percurso, Maria João Parreira. E também de uma pessoa muito especial que entrou na minha vida, que desde o primeiro momento tem sido força, apoio e motivação. Alguém que está ao meu lado e que tem o maior orgulho em mim. A minha cara metade.

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