
Nem a chuva impediu várias centenas de pessoas de rodear a black carpet à entrada do Pestana Cidadela de Cascais para ficar a poucos metros de nomes como Lourenço Ortigão, Cameron Dallas ou Kelly Bailey. A noite começou mais cedo para uma lista muito restrita de 80 convidados com um jantar mesmo antes da da gala, que incluiu premiados, acompanhantes e algumas entidades convidadas.
Os Men of the Year Awards 2016 levaram a palco figuras portuguesas como o chef Miguel Rocha Vieira, o arquiteto Francisco Vieira de Campos ou o escritor Valter Hugo Mãe, que ao longo do último ano tiveram um papel fundamental no desenvolvimento das respetivas áreas. O norte-americano Jason Morgan e a modelo transexual Andreja Pejic, bem como o digital influencer Cameron Dallas, foram o grande destaque dos premiados internacionais e mostraram-se encantados com toda a organização e os recantos de Lisboa e de Cascais.
A quarta edição dos GQ Men of the Year Awards contaram mais uma vez com o apoio da Massimo Dutti e da Absolut Elyx. O transportes dos convidados ficou a cargo da Lexus e, à semelhante de anos anteriores, todas as estatuetas foram revestidas com cristais Swarovski.
Eis a lista dos premiados:
Miguel Rocha Vieira (gourmet):A sua notoriedade aumentou por cá depois de ter sido o júri "durão e irreverente” do Master Chef, mas é impossível falar dele sem mencionar as estrelas Michelin: duas em Budapeste, uma no Costes e outra no Costes Downtown, que abriu recentemente na capital húngara, e recentemente na Fortaleza do Guincho, em Cascais. Junta agora, o prémio da GQ à sua impressionante coleção.
Henrique Veiga Fernandes (ciência): Assume que gosta de prémios e merece-os, já que num dos seus estudos identificou um interruptor que permite que as células estaminais funcionem melhor e que o transplante de medula óssea seja muito mais eficaz do que é hoje. As suas investigações sobre a doença de Crohn podem vir a melhorar a vida de milhares de pessoas. E esta sua indomável curiosidade já lhe valeu a comenda da Ordem Militar de Sant'iago da Espada, em 2015, e agora o Prémio GQ Ciência 2016.
Valter Hugo Mãe (literatura):Estudou Direito mas, como sempre preferiu escrever por linhas mais ou menos tortas, usou a aprendizagem académica para melhorar o mundo e a literatura. Já ganhou, entre outros, o Prémio José Saramago. Que um dia disse sobre o nosso premiado "é um tsunami literário". Valter Hugo Mãe comemora agora a 20 anos de carreira e lançou recentemente o seu novo romance, Homens Imprudentemente Poéticos.
João Ribeiro (cinema): Não é ator, não surge na tela do cinema e nem tampouco é realizador, mas sem ele não havia filmes como o recente Cartas da Guerra, cuja fotografia tem sido gabada por todo o mundo. Com um papel importantíssimo em filmes como Filme do Desassossego ou a A Corte do Norte ou Transe, João Ribeiro é um dos grandes diretores de fotografia a nível mundial e realizadores como João Botelho, Teresa Villaverde ou Ivo Ferreira não dispensam os seus serviços.
Andreja Pejic (modelo feminino internacional): Já foi capa de revistas como a L'Officiel e a Marie Claire e tem sido uma das vozes mais ativas na luta pelos direitos transgénero. Andreja nasceu homem, numa Bósnia-Herzgovina que foi destroçada pela guerra, e, aos oito anos de idade, foi para a Austrália com a mãe; tornou-se uma aluna brilhante e aos 17 anos tornou-se modelo. Em janeiro de 2001 participou tanto nos desfiles masculinos como nos femininos de Jean-Paul Gaultier, e no início de 2014 submeteu-se a uma cirurgia para se tornar definitivamente mulher. Para ela, a luta pelos direitos transgénero é tão importante como a luta contra a guerra ou a favor dos refugiados.
Jason Morgan (modelo masculino internacional): A única vez que perdeu um prémio foi para Dereck Zoolander, e já foi protagonista de campanhas como Aqcua di Gio ou da Armani Underwear. Recentemente, confessou que, se tivesse de escolher uma revista para ser capa, escolheria a GQ, mas ainda assim já foi capa de publicações como a L'Officiel Homme ou a Elle Man.
Moniz Pereira (desporto): Foi um dos gigantes do desporto nacional, recordista nacional no triplo salto e campeão nacional também em voleibol, além de ter sido professor de educação física e um dos maiores treinadores da história do atletismo. Como treinador esteve em 12 Jogos Olímpicos, 13 Campeonatos da Europa e em 21 Campeonatos do Mundo de Crosse. Descobriu e levou ao sucesso atletas como Carlos Lopes, Fernando Mamede, os manos Castro, Francis Obikwelu e Naide Gomes. Escreveu ainda fados cantados por fadistas como João Braga ou Camané, mas isso fica para outra conversa.