António - handmade story: a marca onde cada produto tem um nome e uma personalidade

Duas irmãs, designers, decidiram juntar necessidade e vontade e criar a António. Uma marca de acessórios feitos em pele. A António nasce da simbiose entre a história de uma empresa com cerca de 40 anos e os valores que os mentores do projeto pretendem ver mundo – responsabilidade social e ambiental. Os valores da António assentam no uso de pele eco friendly de tratamento 100 por cento vegetal, não agressivo ao meio ambiente; noHardware ( acessórios metálicos) isento de níquel, no forro 100 por cento algodão e na aposta na Qualidade “hand made” e na atribuição de tempo ao detalhe e no design minimalista, enriquecido com pormenores nobres e personalizados. Para além destas características há na marca uma singularidade porque cada produto tem um nome e uma personalidade, a coleção é intemporal e elegante. Capacitada para elevar um look despojado.
SERGIO PACIENCIA:
    SERGIO PACIENCIA

Quando e como surgiu a marca?

A nossa empresa existe há 35 anos. É uma empresa familiar que fabrica acessórios de moda em pele, marroquinaria. Até hoje, a empresa trabalhou sempre para Private Label, ou seja, para outras marcas. Estando contextualizada na área da moda, a nossa principal preocupação foi sempre a sazonalidade do trabalho o que por vezes nos obrigou a dar mini férias às colaboradoras por falta de encomendas em carteira. Paralelamente, há anos que sonhamos e falamos em criar uma marca própria. Assim, naturalmente, juntámos a necessidade com a vontade e nasceu a António.

Quem são os mentores? Que formação têm?

O grande protagonista desta história é o nosso pai. Foi ele que fundou a empresa e deu os primeiros passos nesta arte/ofício. Ele é a inspiração mas também a nossa família. Somos cinco irmãos. Quatro raparigas e um rapaz. Atualmente na empresa, estamos duas irmãs (Ana e Sara Mateus). As duas designers (de moda e gráfica). Para fazer nascer a marca, juntamos a tradição do “savoir faire”, os “skills” das nossas colaboradoras e as nossas valências enquanto designers.

Porque escolheram o nome "António" para as peças que criam?

António é o nome do nosso pai. Escolhemos o nome em jeito de homenagem ao seu legado.

Quem desenha as malas e as confecciona. São os mentores ou dão a ganhar a terceiros?

O processo de criação é conjunto entre nós, irmãs. Sendo que o desenho das malas é alavancado por uma e a comunicação gráfica por outra. Toda a produção da António é feita na empresa pelas mãos das nossas preciosas artesãs.

A marca apresenta-se como sendo um elogio ao belo, à simplicidade do ser. Pretende ainda recuperar a arte de trabalhar a pele de forma manual. Porquê? A industrialização não seria mais rentável?

Apresenta-se assim, por ser uma coleção que usa matérias naturais, puras, de excelente qualidade, combinada com um design minimalista, elegante e intemporal. Todo o processo de trabalhar a pele é ainda muito artesanal, desde a curtimenta até à confeção do produto. Claro que temos processos mais industrializados mas é a mão do artesão que corta, coze, monta e molda. As malas só podem ser aprimoradas e belas, pela mão humana. É isso que dá alma aos nossos modelos, a dedicação e o amor com que são feitos.

Que tipo de peles são usadas? Porquê? São oriundas de Portugal ou têm de recorrer à importação?

A escolha da pele é uma das matrizes principais da António. Na coleção, apenas usamos pele de curtimenta vegetal, um tratamento que não usa químicos agressivos e poluentes ao nosso meio ambiente. Esta é a nossa grande preocupação : as pessoas e o mundo. Todas as peles são curtidas em Portugal. Compradas a 40 quilómetros de distancia de forma a garantir que o impacto ambiental, seja o menor possível.

A marca só vai produzir malas ou tem pretensão alargar a produção a outros produtos?

Acabámos de a lançar. Em todo o processo de criação, ela tem ganho identidade e vida própria. Queremos que cresça, seja saudável e feliz. Nós temos a convição de que a António tem a melhor das bases, tem tudo para prosperar.

Onde podem ser adquiridas as malas? Os preços são muito elevados?

Podem ser adquiridas na The Feeting Room no Porto e em Lisboa no Cais à Porta em Aveiro e também na nossa loja online: www.antonio-handmade.com. Toda a restante rede de distribuição está a ser traçada, sendo que o nosso principal alvo é o mercado externo.

A que público se destinam os produtos António?

A António destina-se acima de tudo a um público que se importe com questões de responsabilidade social e ambiental. Pessoas atentas ao que se passa no mundo e que por essa razão, fazem compras conscientes. Um grupo de pessoas que vivem em movimento e que agradecem acessórios versáteis, que se adaptem a contextos de trabalho-lazer de noite-dia.

Quantos modelos compõem a coleção mais recente? Que cores usam mais?

A coleção é composta por 17 modelos. Dez malas (sete para mulher e duas para homem) e sete carteiras e porta-moedas. As cores são intemporais: preto, camel e natural. Esta última, é a nossa imagem de marca pois é uma cor mutável, sensível à luz e ao toque/manuseamento. Ganha caráter e faz história com o seu utilizador com a passagem dos anos.

Cada um dos modelos tem nome de pessoas. Porquê?

Cada modelo tem o nome de um elemento da família que conta esta história. Cada modelo é diferente, adaptável, versátil. Cada modelo tem uma personalidade. Assim é também na vida real.

O investimento feito para lançar a marca no mercado foi próprio ou tiveram de recorrer a apoios?

Inteiramente nosso.

A António já está internacionalizada? Se sim, para que mercados. Se não, vai ficar? Para onde?

Estamos a traçar o rede de distribuição da António. Estamos a negociar com um agente para a Bélgica e Finlândia, outro para França e ainda outro, com exclusividade para os Estados Unidos da América.

Projetos para 2018 já estão definidos?

Estamos a equacionar expor a António em feiras, Sendo a nossa primeira escolha, os países do norte da Europa, Berlim pode ser a primeira escolha. Sabemos que nestes países a questão da sustentabilidade, é um assunto sério.

Postos de trabalho, a António já criou ou vai criar?

Para já mantemos os mesmos postos de trabalho. Aspiramos que assim seja, mas é a António que vai determinar isso. É cedo para dizer.

Que mensagem querem deixar a quem tem em mente projetos e os quer colocar em prática?

Sonhem, projetem, planeiem, executem.

Galeria

Mais nesta secção

Mais Lidas