
O Índio Rei Dão DOP 2014 terá apresentação oficial em Curitiba, no Brasil, na próxima quarta-feira, 16 de novembro, durante a inauguração das novas instalações do Museu de Arte Indígena (MAI), colecção privada de Julianna Podolan Martins, exposição que resulta das inúmeras expedições que fez a povos indígenas de todo o Brasil. O Índio Rei será apresentado em Portugal no início de janeiro de 2017.
Em fevereiro de 2016 deu-se a conhecer a nova família da Região Demarcada do Dão, a Amora Brava. Nessa altura foi apresentado o primeiro vinho da empresa de Susana Abreu e do prestigiado enólogo Carlos Silva. O Psique Dão DOP 2014 é a primeira história, um vinho que representa a paixão do casal pela viticultura e enologia.
O Índio Rei “é um novo capítulo” da Amora Brava, desta vez inspirado numa história de vida, força, coragem e bravura. A marca abarcará, para já, uma gama mais alargada de vinhos brancos e tintos. O Índio Rei será o vinho do MAI e também, pela segunda vez, um vinho do Museu Nacional Grão Vasco (MNGV), fonte de inspiração desta nova marca.
"Foi ao percorrer os dois espaços culturais mais emblemáticos da cidade de Viseu, que são a Sé Catedral e o MNGV, que encontrei a inspiração para este novo projecto”, diz Susana Abreu, que viu no painel do antigo retábulo da Capela-Mor da Sé Catedral, pintado por Vasco Fernandes, o Índio Rei (painel da ‘Adoração dos Rei Magos’).
Carlos Silva teve a responsabilidade de dar vida ao Índio Rei, um vinho com força e bravura. "Foi um desafio fazer um vinho do Dão com uma personalidade própria, que expressa a natureza autóctone, com grande recorte, firmes taninos e corpo aveludado, com notas de cereja, cacau, madeira exótica, incenso e fumo ligeiro”, explica o enólogo.
A directora e proprietária do MAI abraçou o projecto com grande entusiasmo. "Acho que esta parceria é extremamente importante e tão inusitada quanto o MAI ou uma marca de vinho com um nome indígena”, salienta Julianna Podolan Martins, que destaca o Índio Rei como "uma inovação em termos de conceito”, mas também “uma forma de trazer para o Brasil um vinho que conta a história de uma obra de um pintor português, que está exposta no Museu Nacional de Grão Vasco, e que nós desconhecíamos”.
Para além disso, "a abertura de um Museu que mostra a cultura indígena, para muitos desconhecida, também é muito importante”, porque "nós também estamos redescobrindo a cultura das tribos brasileiras”, diz Julianna Martins, realçando o facto de, apesar de Portugal e Brasil terem um oceano a separá-los, termos muito da herança portuguesa, mas também o inverso se verifica”. Porém, “embora colonizado, o DNA do Brasil é indígena e essa ligação e curiosidade nunca vão acabar”.
A directora do MAI considera “muito importante” a parceria estabelecida, pois “isso engrandece” os dois projectos e “aportará novos visitantes ao MAI, em Curitiba, mas também ao MNGV, em Viseu”, por via do quadro de Vasco Fernandes.
Juliana Martins lembra que “o mundo vive um momento muito virado para as questões ligadas aos índios”, dando como exemplo a Bienal de S. Paulo, que tem como tema central a cultura indígena, a sustentabilidade e todo o processo de resgate daqueles povos.